sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Bom fim de semana Princesa

Este fim de semana a Princesa ficará em casa, na Sertã. Não teremos nada para partilhar mas sabemos que tudo se passará bem, como habitualmente.

E porque já tudo foi dito, reflectido e reforçado, deixaremos que as reflexões se reservem, por estes dias, ao Tribunal, onde a vida da Princesa se decide.

Resta-nos desejar um óptimo fim de semana à Princesa e seu pai.

Por Esmeralda

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

UM PRESENTE MARAVILHOSO PARA A PRINCESA NOS SEUS OITO ANOS (UM PRESENTE APENAS A PENSAR NA PRINCESA?)



A vida da Princesa está novamente a ser avaliada no Tribunal por todos os que se preocupam com a defesa dos seus superiores interesses. Mas desta vez, o Tribunal achou por bem convocar todos os peritos anteriormente requisitados, também pelo Tribunal, para:

- Darem conta do que viram
- Explicarem como correram as coisas
- Denunciarem o que acharam que correu mal
- Referirem o que acharam que correu bem
- Deixarem apontamentos sobre como acham que seria se se tivesse ido por outro caminho
- Explicarem como acham que a menina reagiu a tudo
- Sugerirem sobre o que acham que mais podia ser feito pela Princesa.

E até agora, mais resposta menos resposta, todos os peritos têm sido unânimes e quase a uma só voz todos reclamaram que:

- “Esmeralda é uma sobrevivente”
- “Esmeralda não estava preparada para ser entregue ao pai biológico em Dezembro de 2008”
- “Esmeralda está em sofrimento”
- “Esmeralda corre risco de sofrer um quadro depressivo grave, e os sinais poderão começar na adolescência”
- “Esmeralda é uma sobrevivente”

Mas após a audição a todos os peritos, o Tribunal também vai querer ouvir ainda as opiniões de outras pessoas que têm passado pela vida da Princesa. Tudo será esclarecido, segundo as várias leituras, sob as diversas convicções:

- Serão ouvidas todas as convicções científicas
- Serão ouvidas convicções do senso comum
- Serão ouvidas convicções afectivas.

Em suma, o Tribunal está consciente que algumas medidas tomadas anteriormente, não foram porventura as mais adequadas. Em boa hora o Tribunal procurou o melhor equilíbrio junto da Princesa e ouviu-a para perceber exactamente o que estava mal e o que estava bem, como ela sentia tudo o que tinha vivido. Por isso, a tempo alterou algumas medidas anteriormente determinadas e “remendou” algumas proibições, criando permissões, a pensar num eu psicológico da Princesa mais apropriado.

Para tal, o Tribunal definiu um conjunto de medidas e restituiu-lhe, embora em “pequenas doses” e tardiamente, a sua memória de vida e:

- O Tribunal determinou que a Princesa devia conviver com os seres com quem ela criou laços afectivos permanentes
- O Tribunal estabeleceu um plano de visitas da Princesa à mãe
- O Tribunal concluiu que a Princesa devia conviver com os seres a quem ela sempre identificou como pais
- O Tribunal recuperou o papel da mãe na vida Princesa
- O Tribunal achou benefícios no convívio da Princesa com os seres que para ela eram os pais
- O Tribunal não reconheceu como válidas certas calúnias produzidas contra a mãe e apostou nos laços de maternidade para ajudar a Princesa a superar os problemas da sua transição de vida
- O Tribunal decidiu que a Princesa devia conviver com os seres que afinal não tinham morrido
- O Tribunal encontrou na mãe um elo eficaz para calmamente serenar as dúvidas e os medos da Princesa
- O Tribunal restituiu à Princesa o convívio com os seres que afinal não a tinham abandonado
- O Tribunal aceitou o estatuto de mãe e devolveu à Princesa a possibilidade renovada de renovar os laços familiares
- O Tribunal regulamentou no sentido da Princesa conviver com os seres que afinal não tinham sido riscados da sua vida
- O Tribunal haveria de confirmar as medidas anteriormente tomadas para os períodos de convívio da Princesa com a mãe

E afinal fica-se com a sensação que, entre culpados e inocentes (muito ou pouco), quem realmente se castigou foi a Princesa, a única que dada a sua tenra idade não deveria ter sido.

Passou um ano sobre a entrega da Princesa ao pai e a mãe teve um papel importantíssimo durante esse período:

- A mãe duvidou de um tão grande amor reclamado pelo pai que em tempos ignorou e até repudiou a sua existência
- A mãe não se esqueceu dos momentos violentos e cruéis que a justiça cometeu contra a sua Princesa em Dezembro de 2008.
- A mãe durante este ano que passou, foi o porto seguro da Princesa.
- A mãe explicou à filha como podia ser a vida dela daí em diante.
- A mãe elucidou a filha do que podia esperar no futuro.
- A mãe conformou a filha sobre o que lhe era vedado, até um dia...
- A mãe deu à filha a segurança que lhe roubaram naquele triste dia de Dezembro de 2008.
- A mãe não percebeu no pai a abertura necessária para a Princesa encetar uma nova vida, sem quadros negros na sua memória, fechados a sete chaves.
- A mãe afinal foi o elo mais forte, num futuro que não se anunciava tão risonho como se fazia crer.
- A mãe decidiu pôr em causa o que era dado como evidente e pediu a guarda da filha para ela.
- A mãe viu a justiça aceitar o seu pedido para avaliar o pedido de guarda da filha.

O pai, entretanto ouvinte atento de tudo o que já se disse em Tribunal, tem encontrado verdadeiras lições de vida que muito o podem ajudar a enfrentar com mais confiança os desafios da educação da filha. O pai ouviu essas lições ou alguém lhas explicou muito bem.

Nestas férias de Carnaval de 2010, que coincidiram com o aniversário da Princesa, o pai, num gesto de abertura, premeditado (como alguns julgam) ou não (o tempo dirá como realmente foi), abriu mão das suas vantagens de progenitor guardião, que tem defendido com um fervor, por vezes até demasiado empenhado. Assim, ao arrepio de todas as suas convicções até agora defendidas, evidenciadas e usadas, concedeu à filha algo que ela já por várias vezes lhe tinha pedido – mais um bocadinho de tempo para estar com a mãe.

- O pai parece que percebeu que este terá que ser o caminho (oxalá o interiorize).
- O pai parece que percebeu que independentemente das razões legais que o assistem, tem que amaciar as suas mágoas e olhar mais para o coração da filha (será capaz?).
- O pai parece que percebeu que tem que compreender melhor a complexidade de vida da filha (O tempo dirá se percebeu ou se apenas mostrou que percebeu).
- O pai parece que percebeu que a filha é a única que não pode ser prejudicada neste imbróglio todo (quando um dia lhe conseguir explicar a sua parte nesse imbróglio).
-O pai parece finalmente ter ouvido os anseios da filha (mas teria ouvido mesmo?).

- Mas o pai não ouviu a filha quando ela lhe pediu (lamentavelmente).

Olhando com atenção para o calendário dos acontecimentos, afinal o pai deu à filha o que ela lhe pediu, mas só agora, à beira de mais uma audiência do pedido de guarda da Princesa pela mãe, com o tempo quase esgotado (assim como que para mostrar que estavam todos enganados …).

- O pai apenas condescendeu depois de ter ouvido tudo o que ouviu no Tribunal.
-O pai ofereceu à filha este presente (se calhar) com receio do que possa ainda vir a ouvir.

- Por que será que o pai só agora conseguiu sentir os desejos da filha?
- Será que o pai não ouviu a filha um pouco tarde de mais?

Por Esmeralda

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

MUITOS PARABÉNS PRINCESA

"SER INOCENTE


é ter um olhar longo e aberto, mas ser pequeno.
É estar - ombro a ombro - com todo o universo e ser grande, ter brilho e voz (e vida) só porque se é precioso para alguém.

SER INOCENTE

é deixar que a beleza nos atropele, um ror de vezes, a razão. E sempre que isso se descobre, nunca prometer que se deixa de escutar, primeiro, o que se sente.


SER INOCENTE

é estar aberto. Mesmo que isso crie um burburinho, e ponha tanto em dúvida tudo aquilo que suponhamos saber que, no entanto, nesse rebuliço o coração se engasgue e nos deixe descalços.

Talvez, por tudo isso,
só os sábios sejam inocentes.
E, por mais que nos comova a sensibilidade em tudo aquilo que eles sabem,
é o encantamento com que deixam que a vida os corteje que nos toca.”

De Eduardo Sá

QUERIDA PRINCESA


NESTE DIA DO TEU ANIVERSÁRIO, DESEJAMOS-TE MUITAS FELICIDADES E QUE TODOS OS TEUS DESEJOS SE CONCRETIZEM.

Por Esmeralda



quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

"TALVEZ A LEI NÃO SAIBA"



Peca por tardia a futura e inevitável decisão de confiar a felicidade deste anjo a quem sabe respeitar o obrigatório sonho de ser feliz.




Esta menina não deveria nunca ter sido a cobaia de alguns.




Não deveria ter sido considerada um objecto.




Antes sim, deveria ser eleita aquilo que é, UM SER HUMANO!




À luz do direito mais torto que já se viu, torturaram uma infeliz criança, sem que os seus, "justiceiros ao abrigo do direito mais torto que existe", possam sentir na pele aquilo que fizeram.




Tortura é a palavra certa.


Sofrimento é a palavra acertada.


Crueldade é o adjectivo mais justo.




Quando se conseguir travar, embora tardiamente, o embuste em que colocaram aquela criança, a Justiça voltará a ser aquilo que dela se espera, JUSTA.




Para ti, Princesa, que mereces ser feliz, que serás feliz:




Tu que voaste na direcção errada,


vítima de vis ventos,




Tu que criada foste no seio do amor,


voltarás de novo.




Tu linda e inocente flor,


sentirás em breve o abraço do amor.




Foste objecto,


sofreste,


mas não te roubaram o mais precioso bem,


a alma.




Tal como disse o pensador,


um dia voarei para os braços do amor,


não haverá gaiola,


nem jaula,


nem muros,


haverá sim a vontade de ser eu.




Tal como disse o pensador,


sofredor como tu,


vítima como tu,


o amanhã terá mais brilho,


quando finalmente fores livre...


Livre de voar...




Deus perdoe,


a quem cometeu sobre ti os mais impiedosos actos,




o mesmo Deus abençoe,


quem realmente te amou


e te protegeu,




e sobretudo que esse Deus,


te proteja hoje e sempre.




Sê feliz, anjo lindo,


pouco importa teu nome,


quando a tua alma,


foi e é,


a de um anjo.








De Heliodoro Coragem