domingo, 29 de março de 2009

Esmeralda regressou a casa

Acabou para Esmeralda o primeiro fim de semana de esperança e de liberdade. Outros virão, é o nosso desejo.



Se até aqui tudo lhe estava proibido, todos os adultos envolvidos neste processo, com calma e serenidade, encontraram vontade e meios para se avançar em frente, sem perigos, sem receios, que quem luta por amor só pode repartir felicidade.



A Dra Ana Vasconcelos que está incumbida de acompanhar o cumprimento das medidas adoptadas pelo tribunal, acompanhou muito de perto, em permanência, todos os momentos tão importantes vividos por Esmeralda.



Será novamente da sua responsabilidade a elabboração de um relatório, onde se descreva tudo o que aconteceu, e fá-lo-á com certeza, como no último, com muito rigor. Porque este fim de semana maravilhoso, só foi possível pelas apreciações e conclusões por ela apresentadas e melhor interpretadas pela Sra Juíza responsável pelo processo.



Sabemos bem que todos os momentos deste reencontro eram emocionantes e importantes e por isso, todos tiveram muito cuidado em não ferir susceptibilidades a ninguém, mas sobretudo, todos lutaram com muita inteligência pelo bem-estar de Esmeralda e que ninguém duvide, Esmeralda regressou a casa bem e feliz.



Com convicção, desejamos que assim continue, até que um dia, que esperamos breve, todos possam conviver com Esmeralda sem a obrigação de uma monitorização especializada. Nessa altura, já todos os adultos adoptaram as posturas correctas, a pensar em Esmeralda. É que tudo está bem quando acaba bem.



Por Esmeralda

sábado, 28 de março de 2009

JANTAR EM FAMÍLIA

Esmeralda reencontrou hoje os pais afectivos Luís e Adelina.

Estando acompanhada pela mãe e pela Dra. Ana Vasconcelos, teve hoje a oportunidade de desfrutar de um jantar em família.

Tudo decorreu com normalidade e conforme o acordado na última sessão de tribunal.

Estamos certos que este encontro foi muito importante. Esmeralda finalmente reencontrou a sua casa e as suas coisas, tudo o que lhe tinha sido subtraído de uma forma tão abrupta.

Volta por isso hoje para casa da mãe, e amanhã para casa do pai, com uma parte da sua história de vida reposta.

POR ESMERALDA

sexta-feira, 27 de março de 2009

O 1º Fim de Semana

O 1º fim de semana já está em marcha.

Aidida foi buscar Esmeralda à escola e já estão as duas a caminho de Tomar.

Desejamos às duas um óptimo fim de semana, com mutas brincadeiras e descontracção.

POR ESMERALDA

FINALMENTE ESMERALDA FOI O CENTRO DAS ATENÇÕES

Na reunião de ontem no Tribunal de Torres Novas, Esmeralda foi a protagonista.

Todos os adultos se mostraram colaborantes.

O relatório da Dra Ana Vasconcelos não deixava dúvidas quanto à necessidade de se evitar episódios como o de domingo passado. Era necessário centrar as atenções na menina e apontar os interesses para o bem estar de Esmeralda, e apenas ela.
A Sra Juíza Mariana Caetano, entendendo muito bem todos os esclarecimentos prestados, decidiu como seria de esperar - a favor de Esmeralda.

Corriam-se sérios riscos de, a continuar tudo como estava, haver a necessidade de se recorrer aos Serviços de Protecção de Menores, o que felizmente se evitou, dada o manifesto interesse mostrado pelos pais biológicos.

Esmeralda vai, já a partir de hoje, partilhar dois fins de semana por mês com os pais e igualmente alguns períodos das férias. Nos períodos em que estiver com a mãe, poderá sempre que desejar, conviver sem restrições com Luís Gomes e Adelina.
Estamos satisfeitos pelos resultados conseguidos. Tínhamos consciência que os malefícios causados pela ruptura ocorrida em Dezembro passado teriam que ser reparados.
Deste modo, e no seguimento do que aqui se vinha comentando, achamos estar cumprida mais uma etapa na vida de Esmeralda - o caminho do futuro livre de restrições ao passado.
Desejamos pois que Esmeralda reencontre Luís e Adelina, em ambiente tranquilo, e assim possam resolver as voltas que a vida lhes trocou.
Por Esmeralda

domingo, 22 de março de 2009

UMA VISITA ADIADA

Como já se sabe o tão esperado reencontro não aconteceu. Sempre tivémos consciência que tal era previsível.

Todos os que como nós avaliam este caso duma forma global, na vertente das leis e na vertente dos sentimentos, entendem as manobras que foram realizadas para que se desse este desfecho.

O tribunal, órgão soberano, terá agora que verificar e julgar os motivos que levaram à não execução duma ordem. As pessoas responsáveis neste processo, principalmente a Dra. Ana Vasconcelos, sabem bem quais são as atitudes e reacções de Esmeralda quando não está perto do pai e dos seus apoiantes. Já deveriam ter intervido, por forma a minimizar os efeitos negativos que esta acção está a provocar na menina.

Mais cedo ou mais tarde irão ser julgados pela própria Esmeralda.

Àqueles que neste momento “cantam vitória”, só pedimos que pensem antes no sofrimento que estão a infligir à pequena Esmeralda.

Àqueles que efectivamente se preocupam com a menina, pedimos também a continuação do tom moderado, uma vez que sabendo que a criança está em risco e a atravessar uma situação muito difícil (situação que as autoridades já têm conhecimento), todos os cuidados não serão demais.
Tenhamos alguma esperança que a justiça defenda o superior interesse desta criança.
POR ESMERALDA

sábado, 14 de março de 2009

Desnorteio despropositado

As preocupações pelo bem-estar de Esmeralda, físico e psicológico, resultantes das decisões judiciais, foram o motivo para a criação deste espaço de reflexão. Foi dito abertamente e sem receios, que a verdade no fim há-de vencer. Seja por estes dias ou por outros no futuro.

Por outro lado, Esmeralda, no seu contexto actual, parece estar bem. Não podemos, nem nos atrevermos a comparar ambientes familiares tão diferentes. Nem sequer em alguma reflexão se referiu alguma vez que um seria melhor ou pior do que outro.

Daí não aceitarmos neste espaço de reflexão, comentários de índole doméstica, que pertencem à privacidade dos próprios. Pese embora estar-se na posse de informações bastante detalhadas de alguns pormenores do quotidiano de Esmeralda, jamais se encontrará neste espaço, quaisquer alusões que em nada contribuem para a continuidade do processo de transição em marcha.

Lamentamos que tal entrevista se tenha realizado e sobretudo nos moldes em que foi desenvolvida, daí ser esta a primeira e última referência a tais notícias.

Durante a estabilização em curso na vida de Esmeralda com o seu pai, enquanto que se vai restabelecendo com todos os cuidados o seu convívio com o passado, entendemos ser este o momento de unir esforços, em paz, para que as decisões judiciais se cumpram e que a menina possa finalmente achar na sua vida a regularidade que tantas vezes lhe faltou.

Por Esmeralda

segunda-feira, 9 de março de 2009

A propósito de uma tão desejada conversa franca nos últimos dias



A partir de uma certa visão privilegiada, por aqui e por ali e de alguns rascunhos onde se pode ler aquilo que não podia ser escrito, falemos claro:

Sentimentos ou estados de alma todos os experimentam, mas uns mais que outros. Que uns entenderam e outros nunca entenderão. Uns aguardam, com ansiedade, mas resguardados, de olhos que até as lágrimas e a dor, os outros se atrevem a cobiçar. Uns, sofrem muito, mas são dignos. Outros, agitam bandeiras de papel, onde as cores são letras de uma justiça muito injusta.

E assim se escrevem algumas linhas que, dizendo tão pouco, aparentemente, dizem tanto, a quem pode ver, ouvir, comentar, perguntar, duvidar, por aqui e por ali. É tão simples, quando assim é, desmontar tudo o que outros tanto desejavam e que uns conseguiram tão naturalmente.

Depois, uns, resguardados, vão vendo e ouvindo por aqui e por ali e até são capazes de aceitar o impossível. Outros, começam a temer não poder proteger por muito mais tempo o óbvio duma realidade, que de real não tem absolutamente nada.

É assim, mesmo em silêncio, uns enchem o peito de orgulho pela obra que ajudaram a criar. Outros justificam o menos bom, que subitamente começa a despontar de muitos lados, com causas inverosímeis.

Outros mostram um pano branco, que acenam muitas vezes. Branco é a cor da paz, mas só para uns. Chove uma notícia e eis que o branco se esfuma, porque outros alimentam-se de vingança, enquanto que uns aguardam, a sofrer, recolhidos.

Portanto, uns e outros deveriam unir-se, em paz, pelo bem estar da pequena Esmeralda. Concordamos. Mas como?

Recomenda-se a intervenção de um mediador creditado, capaz de levar a bom termo uma contenda difícil de sanar. Uns, que podem ver por aqui e por ali, duvidam e perguntam pela via recomendada. Outros, desejando tanto o que parece começar a não ser possível, agitam a bandeira da justiça, onde a ciência se aliou à experiência em ajudar a resolver casos difíceis. Mas nunca resolverá o impossível.

Então em que ficamos? Uns estão há muito tempo a dar o mote. Outros pelos vistos nunca o entenderão.

E no final, quem pensou em Esmeralda?

É que uns cumprem aquilo a que foram obrigados. Outros nem querem acreditar que mesmo assim, à distância, em silêncio, Esmeralda estar-lhes-á sempre no coração e ninguém tem dúvidas disso.

Por Esmeralda, até que verdade da sua vida seja reposta.

terça-feira, 3 de março de 2009

As dúvidas ou "não-certezas"

Esmeralda está bem. Mas estando ela bem, algumas pessoas até hoje, ainda não entendem como foi possível ser tomada tal decisão judicial. Uma decisão que foi contra todos os sentimentos que imaginamos. Não somos capazes de nos rever na alegria de Esmeralda sem uma, mesmo que pequenina sombra, da perca de todo um referencial de vida.

Este é o cerne das nossas dúvidas e até dos nossos receios.

Mas estará Esmeralda mesmo tão bem?

O que nos diz a experiência?
O que nos diz o bom senso?

Diz-nos palavras como angústia, dúvida, medo. Porque Esmeralda está todas as noites presente nos pensamentos que desfilam pelo nosso cérebro, já de olhos fechados e prontos para adormecer.

Esmeralda está bem integrada na nova família (diz-se).
Esmeralda está bem integrada na escola (diz-se).

Mas estará Esmeralda mesmo tão bem?

Esmeralda nem quer ouvir falar dos Gomes (não quer?).
Esmeralda já pergunta por Luís e Adelina (já quer?).

Mas estará Esmeralda mesmo tão bem?

E em todas as questões que são colocadas, é a observação psicológica que está sempre presente no horizonte. E o resto? Tudo o que faz parte da vida duma criança?

E o resto? Tudo o que fica antes da psicologia?

Estará Esmeralda mesmo também tão bem?

Por isso, vamos estando, ora por aqui, ora por lá. Sempre. Até que as dúvidas desapareçam. Mas sempre presentes, com Esmeralda no coração.

Esmeralda e nós.

Estes somos nós, neste espaço.
Não queremos ser conhecidos pelo nosso nome.
Não queremos pousar para a fotografia.
Não queremos dar certezas daquilo que não temos certeza.
Não queremos duvidar daquilo que não podemos provar.
Mas queremos duvidar do que foi feito, porque foi contra o nosso significado de bom senso.
E duvidamos de realidades tidas como certas, ou “ganhas”, que achamos que só são válidas em ficção.
E duvidamos porque não acreditamos.
POR ESMERALDA