sexta-feira, 16 de abril de 2010

OS AFECTOS E AS CRIANÇAS

Por estes dias, após as várias sessões no Tribunal, procuramos um tempo em que acima de qualquer convicção, deve imperar o bom senso, a serenidade, a paz.

Pelo grande respeito que devemos à Princesa, pensamos ser este o tempo de calar as nossas convicões, de não dar opiniões, de não ser a favor de, de não ser contra alguém, enfim, de sermos isentos, de proporcionar o espaço a quem por estes dias cabe a difícil tarefa de decidir sobre o futuro de uma criança, a Princesa.

Assim, dedicamos este momento a outras crianças, algumas com um futuro que se adivinha difícil, por outras razões. Para essas crianças, especiais, a solução das suas dificuldades está nos afectos.

Deixamos aqui, a pensar nessas crianças especiais que nasceram com menos portas para abrir na vida, algumas mensagens de solidariedade, proferidas por algumas personalidades da vida pública.

Esta é uma homenagem do Por Esmeralda a tantas Princesas e tantos Príncipes, muito especiais, também crianças.


Nuno Lobo Antunes que tem dedicado toda a sua vida às crianças especiais, disse:

... As casas são feitas de pedras, ou tijolos, ou madeira, nós acreditamos num edifício apoiado no amor pelas crianças, no respeito pelas vidas, na vontade firme de ajudar à construção de uma sociedade melhor, mais solidária e tolerante.

...

Somos uma família aberta, que alarga o círculo para caber sempre mais um.

...

...a casa que nos acolhe não é feita de pedra, nem de tijolos, nem de madeira:

O CIMENTO QUE NOS UNE É O AFECTO.



Afonso Vilela pensou nas crianças portadoras de Hiperactividade e Défice de Atenção e definiu afecto como:

AFECTO É UM LAÇO QUE NOS LIGA


Nicolau Breyner pensou nas crianças que sofrem de Ansiedade e definiu afecto como:

AFECTO É DAR UM SORRISO


Joana Vasconcelos pensou nas crianças portadoras de Síndrome de X Frágil e definiu afecto como:

AFECTO É CRIAR DESAFIOS


Rita Ferro pensou nas crianças portadoras de Síndrome de Asperger e definiu afecto como:

AFECTO É O MELHOR DO MUNDO


João Lagos pensou nas crianças portadoras de Dislexia e definiu afecto como:

AFECTO É UMA GRANDE VITÓRIA.


Maria Elisa Domingues pensou nas crianças portadoras do Síndrome de Prader Will e definiu afecto como:

AFECTO É PARTILHAR EXPERIÊNCIAS


Francis Obikwelu pensou nas crianças portadoras do Síndrome de Muebios e definiu afecto como:

AFECTO É NÃO DESISTIR


Simão Sabrosa pensou nas crianças portadoras de Défice Cognitivo e definiu afecto como:

AFECTO É PARTILHAR EXPERIÊNCIAS


Katia Guerreiro pensou nas crianças portadoras de Autismo e definiu afecto como:

AFECTO É MOSTRAR UM MUNDO NOVO


João Baião e Tânia Ribas pensaram nas crianças portadoras de Problemas Específicos de Linguagem e definiram afecto como:

AFECTO É EU, TU, NÓS, TODOS.


Fernando Póvoas pensou nas crianças portadoras de Síndrome de Leopardo e definiu afecto como:

AFECTO É DAR COLO


Eunice Munoz pensou nas crianças portadoras de Hiperactividade e Défice de Atenção e definiu afecto como:

AFECTO É UM ABRAÇO CARINHOSO.



O Por Esmeralda guarda por aqui um cantinho especial, repleto de afecto, para todas as crianças especiais, ou simplesmente, crianças.

Por Esmeralda

55 comentários:

Anónimo disse...

Viva! Por Esmeralda

Que grandes lições de vida que às vezes temos de enfrentar. Vivemos uma vida inteira a perseguir um objectivo que infelizmente nunca se concretiza. É o caso dos pais e mães das crianças especiais e de outras ainda mais especiais que as que referiram. São desafios de vida inimagináveis que só quem convive com eles pode entender.


Eu tenho um filho especial.
Eu entendi tudo o que escreveram.
Mas tenho pena que muitas vezes as crianças especiais sejam ignoradas por quem não entende.

Obrigado pelo vosso testemunho maravilhoso.

Obrigado pelo enorme respeito pela Princesa, família e Juiz.

Ana

Anónimo disse...

CRIANÇA BOTÃO DE ROSA

Tu botão de rosa semeada no meu
jardim com a terra bem adubada
te plantei,com muito carinho
e vi-te crescer, reguei a tua raiz
agora estou a colher a tua beleza
de que para mim tu és o meu carinho
estás numa jarra dentro de minha
casa sempre bem tratada com AMOR

MAS TU CRIANÇA
Que eu tanto adora sejas linda feia
doente negra és a coisa mais linda
da terra dá muita alegria numa casa
feita de cimento de pedra,madeira
mas porque é que todas as crianças
não são todas iguais?se são elas
que nos dão tanta alegria, e nós lhe
damos aquilo que gostamos de dar
AFECTOS quantas crianças por esse
Pais gostariam de os receber.

Quantas crianças estão em risco de
sobrevivência,quantas morrem quantas não têm família que gostavam de ter?como me sinto triste, uma criança não merece
sofrer,a criança precisa de muito
AMOR por vezes são pessoas com o
seu coração de bondade que fazem uma criança feliz,um bem haja a
todas as pessoas que tanto lutam
por esta nobre causa, de tudo fazem
para uma sociedade mais fraterna
porque as crianças de hoje serão
os homens do amanhã,para isso nós
os adultos,Pais Mães Avôs temos
essa tarefa de semear adubar muito
bem a terra para poder-mos colher
aquilo que muito se gosta AMOR

POR ISSO EU DIGO CRIANÇA
BOTÃO DE ROSA
QUE OS HOMENS DE BOA VONTADE
OLHEM PARA UMA CRIANÇA E NÃO
IGNORE OS SEUS OLHINHOS TRISTES

Maria.

Anónimo disse...

PARA TI CRIANÇA !!!
ESPECIAL ???

A QUEM TANTOS NESTE TEXTO, Apontaram mensagens de paz e de esperança, talvez que neste nosso JÁ LONGO LIVRO DE MEMÓRIAS, possamos chamá-lo, de LIVRO DE AFECTOS…
As suas folhas não estão em branco, muitos foram os que escreveram nele.
Neste CAMINHO PELA VERDADE… neste apelo pelas crianças… no sentir dos afectos…
Sabemos que falar dos afectos é unir o passado ao presente, onde existiu e existe a troca do dar e receber. Porque o Afecto é sempre tão fresco como as gotas de orvalho.
Nestes testemunhos, pensamentos, está bem presente que Ser Feliz é o projecto de uma Vida. É seguir o instinto e ouvir o coração. É saber escutar as crianças, quando as conhecemos, e amamos, porque Conhecer é SENTIR.
Na nossa intimidade, cada um tem a sua forma, as principais formas de entender e estar atento:
Aos tempos longos de risos, brincadeiras e gargalhadas…
Aos momentos breves de um pequeno sorriso, ou de uma sombra no olhar…
A tantos tempos difíceis mas não impossíveis de entender…

Antes de Tudo são os afectos: gestos de ternura – o colo – o olhar - o captar o brilho da bondade - ou a ausência e a tristeza marcada pelo sofrimento.

No Caminho da Verdade, o Sorriso Aberto e Livre de Uma Criança, sente-se que nasce no seu interior e que neste encontro e sintonia se cruza e se enlaça connosco.
E depois, há a linguagem afectiva, o dia a dia que acontece e se repete. Só as crianças mantêm essa verdade espelhada no rosto. Com elas se aprende como é sublime a linguagem dos afectos.

Terão CÔR os afectos???
De que cor é a ternura?
De que cor és tu Criança?
De que cor seremos nós ao acolhê-las???

É A CÔR DO LUAR
É A CÔR DA TUA VOZ

SOMOS TALVEZ DA CÔR DO A—MOR, Se soubermos e pudermos manter a nossa infância, até sempre!
E qualquer que seja o tom desse saber amar, é o Arco Iris o encanto das crianças, e o que elas absorvem, nos momentos de sossego, quando observam os pássaros, colhem e cheiram as flores, olham o céu, e junto ao nosso peito registam o nosso cheiro, e o nosso calor.

"Sempre que o afecto Impera, escreveremos PAZ, nas asas das borboletas, e com elas, TU CRIANÇA, ESPECIAL E NOSSA, irás voar por todo o Mundo…

ÀS PRINCESAS E PRINCÍPES, demos flores, beijos e chocolates…
A eles:
Dediquemos poemas
Ofereçamos canções
Vivamos as emoções da vida com calor, com lágrimas, mas SOBRETUDO SORRISOS e muita fome de ALEGRIA…

“SOBRE AS ASAS DO TEMPO, A TRISTEZA VAI-SE EMBORA”

Os Nossos Sonhos vão chegar: Por Terra ou por Mar...
mas descerão do CÉU!!!

Maria Petra

Anónimo disse...

segunda-feira, 19 de Abril de 2010

Caso Esmeralda: Juiz ouve a menor na terça-feira

O juiz do Tribunal de Torres Novas que vai decidir sobre o pedido de alteração da regulação do poder paternal da menor Esmeralda vai ouvir a menina na terça feira, em Tomar.
Nesta sessão «informal», o juiz Pedro Carrilho de Sousa será acompanhado apenas pela procuradora do Ministério Público, segundo foi decidido na sessão de julgamento de 18 de março.

A conversa vai decorrer nas instalações da Direção Geral da Reinserção Social, em Tomar, um espaço já familiar a Esmeralda, mas que não reunirá as condições colocadas pelo juiz para permitir a presença dos advogados do pai, Baltazar Nunes, da mãe, Aidida Porto, e do casal Adelina Lagarto e Luís Gomes, que criou a menor até aos seis anos.

O juiz deferiu o pedido de audição da menor feito pelo Ministério Público por considerar «pertinente e relevante para a decisão em causa» ouvir a criança e «conhecer da sua própria voz aquilo que pensa e gosta, o que é a sua vida, as suas rotinas e o que são as aspirações».

Na decisão, anunciada na sessão de julgamento de 18 de março, o juiz frisa que a diligência não se destina a «confrontar» a criança com «a discussão em redor do exercício paternal estabelecido em seu favor».

Carrilho de Sousa afirmou na altura ter ponderado sobre as opiniões contraditórias apresentadas em tribunal pelas técnicas que acompanham Esmeralda - que mostraram divergências quanto aos reflexos que a audição provocaria na estabilidade emocional da menina -, reconhecendo ter também algumas reservas nesta matéria.

Contudo, «os níveis de ansiedade desta criança não serão maiores que aqueles que inevitavelmente este processo lhe causou e, em particular, esta audiência», afirmou então, considerando que, garantida «a necessária tranquilidade e estabilidade» da menina, a audição poderá constituir «um derradeiro elemento de prova a apreciar na devida altura».

Adiantou ainda que a conversa com a menina estará sempre dependente do estado de espírito que ela apresentar nesse dia.

A procuradora do Ministério Público Ana Lima, que requereu a audição da menor tendo em conta a vontade manifestada por esta junto da pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, acredita que Esmeralda, de oito anos, «tem maturidade e capacidade bastante» para emitir a sua opinião.

O processo atualmente em curso decorre de uma ação interposta pela mãe de Esmeralda, Aidida Porto, que veio pedir a alteração da regulação do poder paternal alegando possuir agora as condições familiares e financeiras para deter a guarda da menor.

O Tribunal atribuiu o poder paternal e a guarda da criança ao pai no início de 2009, no final de um processo que gerou acesa discussão no país.

As alegações finais dos mandatários estão agendadas para o próximo dia 07 de maio.

Diário Digital / Lusa

Anónimo disse...

Espero que amanhã a pequenita acorde feliz e com a garra que lhe é conhecida!!
Poderá dar VOZ aos sonhos e dizer o que lhe vai na ALMA.
Espero, que seja qual for a sua vontade, a mesma se realize.

Li algures que a paranoia continua à solta... disso não temos duvidas, pois não? De qualquer forma, essa paranoia não vai impedir que a verdade seja dita e que o AMOR, tal qual nas histórias das fadas, VENÇA!!

Paula Silva

Anónimo disse...

Você criança,
que vive a correr,
é a promessa
que vai acontecer...
é a esperança
do que poderíamos ser...
é a inocência
que deveríamos ter...

Você criança, de qualquer idade,
vivendo entre o sonho e a realidade
espargem pelas ruas da cidade,
suas lições de amor e de simplicidade!

Criança que brinca,
corre, pula e grita
mostra ao mundo,
como se deve viver
cada momento, feliz,
como quem acredita
em um mundo melhor
que ainda vai haver!

Você é como um raio de luz
a iluminar os nossos caminhos,
assemelhando-se ao Menino Jesus,
encanta-nos com todo teu carinho!

Você é a criança,
que um dia vai crescer!
É a promessa,
que vai se realizar!
É a esperança
da humanidade se entender!
É a realidade
que o adulto precisa ver...
e também aprender a ser...

Lauro Kisielewicz
Um beijinho para a nossa princesinha, e oxalá tudo de bom lhe aconteça daqui para a frente. Basta de sofrimento para uma criança tão querida, que já sofreu graças aos erros que não cometeu.
Cristina

Anónimo disse...

PARA TI QUERIDA PRINCESA

Tu meu ANJO que depressa ficaste uma
adulta há força como estás hoje?
neste dia vais mostrar a todos que és
uma criança especial,que o teu
coraçãozinho já tão sofrido se solte
e diga os teus silêncios que serão
ouvidos por aqueles que vão decidir
o teu futuro,mereces ser muito
feliz,tenho muita fé que o teu futuro irá ser muito risonho
beijinhos minha QUERIDA PRINCESA
Maria

Anónimo disse...

Exmº Srº Doutor Ferreira, acabei de ler a sua ultima publicação, no seu particular e muito pessoal blog.
Preocupa-me de facto se a criança contacta com sua pessoa, explico porquê.
Insulta com a facilidade com que respira seja quem for, pedo psiquiatras, jornalistas, e até pessoas anónimas.
Insinua-se como "padrinho" quando conhece a menina á meia duzia de meses.
A sua escrita retrata uma personalidade pouco confiável.
São algumas das razões que me preocupam, ao saber que uma inocente criança, pode sentar-se no seu colo.
Não veja as minhas palavras como um insulto, já que não padeço desse mal, traduzem apenas preocupação que qualquer Juiz de barbas deveria ter quando ler aquilo que escreve.
O senhor espelha o ódio e não pode de facto transmitir valores positivos a essa criança.
Não sei se tem filhos seus, mas duvido muito que isso seja uma realidade. Alguem que é pai, não tem esses "valores".
Um pai é algo de nobre, é alguem que sabe amar, é alguem de superior, é alguem que entende, é alguem que ama e ajuda.
O senhor não faz parte, na minha humilde leitura, daqueles que podem ajudar essa menina tão martirizada, pela Justiça dos Homens.
Uma justiça que não respeita os direitos fundamentais de uma criança. Seja quem for o pai ou a mãe, sejam quem forem os padrinhos, seja qual for o Deus.
A fragilidade de uma criança é digna de ser respeitada.
Uma criança é o bem mais precioso que um pai pode ter, seja ele quem for, e por isso e por causa disso, deve amar e respeitar, dando-lhe a possibilidade de ser verdadeiramente feliz.
O senhor não é certamente pai, pelo menos demonstra que o não sabe ser.
Há pais e pais, como á mar e mar, sejam eles quem forem...
Heliodoro Coragem

Anónimo disse...

Esmeralda foi ouvida por dois magistrados

Conversa informal decorreu no Tribunal de Torres Novas

Jornal de Notícias

ALEXANDRA SERÔDIO

O juiz do Tribunal de Torres Novas tinha decidido falar com Esmeralda, nas instalações do Instituto de Reinserção Social, em Tomar. Mas a presença de jornalistas à porta levou o magistrado a alterar, à última hora, a audição para o Tribunal de Torres Novas.

A decisão de Pedro Carrilho de Sousa foi tomada minutos antes do almoço e os advogados foram notificados do despacho pouco tempo depois. Segundo o magistrado, a audiência seria realizada cerca das 16 horas no Tribunal de Torres Novas. Contudo, e talvez temendo nova exposição mediática, à porta do tribunal, o juiz Pedro Carrilho de Sousa decidiu pedir à PSP que mantivesse a segurança da entrada, e agendou a conversa com Esmeralda para as 14 horas.

A menina esteve na escola durante a manhã, almoçou na aldeia onde reside com o pai Baltazar e, acompanhada da pedopsiquiatra Ana Vasconcelos e da técnica do IRS, Florbela Paulo, chegou ao Tribunal de Torres Novas poucos minutos após as 14 horas.

No gabinete do juiz terá mantido uma conversa de cerca de uma hora com o magistrado e ainda com a procuradora do Ministério Público (MP). Nenhum deles terá questionado directamente a menina sobre a possibilidade de ir viver com a mãe, Aidida, ou continuar em casa do pai, Baltazar.

O encontro informal não contou com a presença dos advogados, que prescindiram de estar presentes.

Esmeralda saiu depois com as duas técnicas, pela porta traseira do tribunal, e foi ao encontro do pai, que a aguardava nas proximidades. Segundo apurou o JN a menina estava bem disposta.

O teor da conversa que a menina manteve com os dois magistrados será posteriormente comunicado aos advogados.

A audição foi pedida pela procuradora do MP. Apesar da oposição dos advogados de Baltazar, o juiz acabaria por decidir, a 18 de Março, ouvir Esmeralda "para se inteirar da sua vida, das rotinas e do que pensa a criança". O magistrado considerava "pertinente e relevante para a decisão da causa" ouvir a menor e "conhecer da sua própria voz aquilo que pensa e gosta, o que é a sua vida, as suas rotinas e o que são as suas aspirações". E ressalvava que esta diligência não servirá para "confrontar" a criança com "a discussão em redor do exercício parental estabelecido em seu favor".

Anónimo disse...

Luta por Esmeralda pode só ter fim quando a criança tiver 18 anos

por ANA BELA FERREIRA

Diário de Notícias

Lei prevê mais rapidez nos casos com crianças, mas recursos prolongam processos


Esmeralda foi ontem ouvida pelo juiz do Tribunal de Torres Novas, no âmbito do processo de alteração da regulação do poder paternal, interposto pela mãe biológica.

Para a menina de oito anos esta já não é a primeira vez que fala com um juiz. E pode não ser a última, uma vez que judicialmente não há mecanismos que coloquem um fim imediato à luta entre as partes. A menos que o juiz decida arquivar liminarmente o processo, não permitindo mais recursos.

Como esse arquivamento é usado poucas vezes, os especialistas temem que o caso só tenha fim quando a menina fizer 18 anos e se tornar autónoma. O juiz desembargador Madeira Pinto é mais optimista, embora "Tema que o caso só tenha fim quando ela tiver 13 ou 14 anos e puder decidir".

Embora não exista um limite estabelecido, "a lei entende que os procedimentos devem ser transitórios por envolver menores", reconhece a presidente-executiva do Instituto de Apoio à Criança, Dulce Rocha. E ainda que os intervenientes reconheçam que está em causa o interesse da criança e que o arrastar do processo pode deixar marcas psicológicas nos menores, muitas vezes não se consegue resolver o caso em pouco tempo. A guarda de Esmeralda está em tribunal desde 2003.

Apesar destes processos terem "uma forma simplificada, as partes podem complicar as coisas com pedidos de prova", refere o juiz do tribunal de família e menores do Barreiro, António Fialho. Porém, o especialista considera que "o calcanhar de Aquiles destes processos é a fase de avaliação da situação". Isto porque, "não se conhece uma família de um dia para o outro", acrescenta.

António Fialho explica que os casos de guarda dos menores são como um caminho e que a sua duração depende das pedras que se vão colocando ao longo desse caminho. Ou seja, se em cada decisão do tribunal a parte que se sente prejudicada recorrer, o processo vai ser naturalmente mais demorado.

A única forma de o juiz poder limitar os processos no tempo é decretar o arquivo liminar, explica o juiz do Barreiro. "Mas dizer que não há pernas para andar é uma decisão corajosa", adianta. Por isso, é uma decisão pouco usada.

A postura das partes é importante para determinar a duração do processo. As situações conflituosas, como o caso Esmeralda, "geram mais recursos e duram mais tempo", lembra Dulce Rocha. Por isso, Madeira Pinto frisa que "a toda a altura pode haver razão para um novo processo". E acredita que só quando Esmeralda "for maior de idade ou tiver mais autonomia" é que o caso vai acabar.

Por Esmeralda disse...

Caro Heliodoro Coragem,

O Por Esmeralda publicou o seu comentário com muita satisfação. De forma clara e simples, sublinhou uma nova realidade a que a Princesa teve de se adaptar. Mas a Princesa foi uma menina muito bem educada e preparada receber, com muita humildade e compreensão o que a vida lhe oferece. É o caso.

Por outro lado, retira-se desse estilo de texto, um sentimento de insegurança incapaz de segurar um ódio que podia ser um pouco mais velado. Mas quando não houve no berço, nunca haverá.

E afinal o que é realmente importante?

1) É importante que a Princesa possa falar sem medo sobre tudo o que lhe perguntem e a justiça a entenda plenamente

2) É importante que a Princesa continue a manter-se de forma saudável numa vida de corre-corre mal programada e a justiça mantenha o que acha bem, se achar e/ou altere o que ache menos bem, plenamente.

3) É importante que a Princesa seja feliz e que a justiça compreenda como ela pode ser feliz

4) É importante que a Princesa continue feliz junto do pai se a justiça assim o achar

5) É importante que a Princesa possa vir a ser feliz junto da mãe se a justiça assim o achar

6) É importante que a Princesa continue a conviver feliz com os pais afectivos se a justiça assim o achar.

Portanto, quem só quer que a Princesa seja feliz, não está preocupado, zangado, inseguro. Mas está antes aliviado porque mais um passo muito importante foi dado no sentido de avaliar, se a Princesa é realmente feliz.

A Princesa poderia ser mais feliz?

Por Esmeralda

Anónimo disse...

Visito este espaço com alguma frequência. Tudo o que procuro são sobretudo noticias da menina, se está bem e se se adapta á sua nova vida. Compreendo a dificil situação em que se encontra, mas, e sublinho o mas, não creio nas dramatizações que ás vezes aqui encontro nos comentários. Esmeralda é uma criança, como tal, adaptável ás novas situações, sem dramas, sem confusões. Isto, claro, se o ambiente envolvente assim o permitir. O dilema maior de Esmeralda será sempre o conflito interior de não magoar ninguém, sobretudo aqueles a quem chamam pais de coração. Creio que com tempo, espaço e muito amor e respeito, Esmeralda será uma adolescente e adulta fabulosa. O problema são os adultos, todos dizem querer o melhor para a menina, mas sobrepôem o seu bem estar ao dela. senão vejamos a atitude da mãe Aidida: passado apenas um ano de adaptação ao pai quer retira-la do meio a que se ambientava, conhecia e talvez até já amasse. Será isto pensar em Esmeralda? Ou provocará mais ansiedade na menina? Talvez Aidida devesse procurar um bom entendimento com Baltazar e ver livremente a filha sem a mudar de casa e escola outra vez.
Não podemos pedir só a Baltazar que abdique...
Por falar em Baltazar, não podemos nem devemos esquecer que este homem também foi e é uma vitima neste proceso. Vitima da morosidade e ineficácia da justiça. Foram-lhe retirados anos de vida da sua filha, não é assim? O facto de ter feito um teste de ADN para comprovar a paternidade não lhe retira o direito a ser pai de Esmeralda, penso que neste ponto somo todos inteligentes o suficiente para entender. Certamente Esmeralda entenderá no futuro. Esta nova geração, não está isenta de valores morais, sabe certamente que mais vale um pai que duvida mas assume que um pai assumido mas ausente. O tribunal náo pode nem deve voltar atrás numa decisão correcta e sensata, apenas tardia. Muitos erraram, não se apagam erros corrigem-se. A questão que se coloca é a da lei e justiça, por muito que nos custe, é assim viver em sociedade. Neste caso a justiça fez-se para Baltazar, o tempo e a vivência farão justiça a Esmeralda. Ajudem-na a ser feliz com o que tem presentemente!
Por favor não me acusem de não pensar no bem estar de Esmeralda só porque penso que deveria manter-se com o pai. Acredito sinceramente que é o melhor para a menina neste momento, que merece o pai que por ela lutou durante anos. Que merecem ambos uma vida e futuro em conjunto.

Paula A.

Por Esmeralda disse...

Cara Paula A.

O Por Esmeralda encontra nas suas palavras um reconhecimento pelo empenho que temos dedicado a uma isenção, pela felicidade da Princesa. Muito obrigado por nos ler.

Identificamos igualmente pelas suas palavras um claro apoio à manutenção da vida actual da Princesa. Estando certos que desta vez a justiça se preocupou em ponderar todos os factos antigos e recentes, resta-nos aguardar o que se virá a decidir.

Deste modo, não julgamos ser este o momento mais apropriado para "disputar" opiniões, pela felicidade da Princesa.

Por Esmeralda

Por Esmeralda disse...

Caros amigos e amigas da Princesa,

Como já devem ter percebido, por aqui, fez-se silêncio, por estes dias, em respeito, pela Princesa, pelo pai da Princesa, pela mãe da Princesa, por Luís Gomes, pai afectivo da Princesa, por Adelina Lagarto, mãe afectiva da Princesa, pelo Juiz, pela difícil tarefa que tem entre mãos.

Que mais poderemos fazer se não o que até aqui temos feito? Esforçarmo-nos sempre por respeitar todos, sem excepção.

Assim, respondendo a comentários que pelo atrás exposto não devem ser publicados, informamos o seguinte:

1) Ficou bem claro que a Princesa fortemente pressionada (por quem podia e por quem não devia) relativamente às perguntas que lhe foram feitas e às respostas que deu - Porque não concordamos, denunciamos tal acto como um acto de grande violência sobre uma criança com apenas oito aninhos de idade.

2) Conclui-se que os relatos "feitos" pela Princesa sugerem, por analogia, a quando se diz a uma criança: Se disseres que és do Benfica (quando a criança costuma dizer que é do Sporting) dou-te um chupa. E a criança, que o que quer é o chupa (neste caso que a deixem em paz) diz que é do Benfica. Retirem-se as conclusões.

3) A fonte das informações jornalísticas referidas, vem como já se percebeu, infelizmente como em muitos outros processos, do próprio Tribunal. As informações jornalísticas, a maioria da autoria da jornalista Alexandra Serôdio, coincidem como se pode ler nos textos em vários órgãos de informação. Esta foi a jornalista escolhida pelo pai da Princesa que não dá entrevistas mas com quem costuma partilhar longas conversas, em espaços públicos. Torna-se claro que não tem nada a esconder. Até porque o pai já estava à espera da Princesa, no sítio certo. Retirem-se as conclusões.

O Por Esmeralda encerra este assunto por aqui.

Por Esmeralda

Anónimo disse...

Enquanto que noutros espaços da NET só se fala e não se pode opinar,
pelo menos aqui encontro um cantinho que cheio de ternura vai contando
o que pode, dando opiniões, sem nunca ofender ninguém. Não que todos
merecessem esse tratamento, mas o que se pode fazer?

Nesses outros espaços da Net que se afirmam dedicar-se apenas a
crianças, não se percebem sentimentos de adultos quanto mais os de
uma criança. Será que ainda não perceberam que esses comentários não
têm a ética que se adquire, ou se devia adquirir, quando se acaba um
curso superior e se exerce uma profissão de médico como diz ser?

São palavras muito insultuosas quando se dirige a pessoas que não
pensam como ele. Para mim essas pessoas deixam de ter credibilidade
porque não medem as palavras que dizem. É uma falta de respeito sobre
o ser humano. Desde já afirmo que não acredito no que diz sobre
Esmeralda. Essa foi mais uma tentativa de provocar as pessoas de bem
que defendem a felicidade da menina. Pela minha parte, disse.
Ignoro-o.

Falemos então de coisas que devem ser motivo de preocupação: Parece-me
bem que alguém andou a tentar instrumentalizar a menina quanto às
respostas que devia dar ao Juiz. Isso é escandaloso e verdadeiramente
violento para a menina. Isso é uma tortura que não se faz, porque se
deve respeitar a privacidade da menina que está em sofrimento. De
certeza que adultos capazes de tal, não conhecem a psicologia das
crianças em risco, senão não brincavam com coisas tão sérias.

A verdade é que ainda nada está decidido.
Maria

Anónimo disse...

Boa tarde,
Sei que ontem foi um dia complicado para a princesa, porque esteve na presença do juís. Gostaria de saber se a princesa relatou o que realmente ia no seu coração, ou se foi coagida a responder conforme o que determinados adultos pretendiam. Peço desculpa a questão, mas como sou a favor da felicidade das crianças, fico triste quando as manipulam.
Cristina.

Por Esmeralda disse...

Cara Cristina,

Efectivamente ontem não deve ter sido um dia particularmente feliz para a Princesa. Mas mais uma vez coube à Justiça decidir sobre a vida dela. Desta vez, depois de terem sido ouvidos todos os técnicos, professores, familiares, amigos, só faltava mesmo ser ouvida a Princesa. A Princesa foi falar com o Juiz para ele entender, de viva voz, como ela encara a sua vida.

O que lá foi dito, sabe o Juiz e a Princesa, apenas.

O que pensamos que ela disse ou como se comportou? Não sabemos. E não falaremos nem do que não devemos, nem do que não sabemos. Por aqui, Cristina, só pode ser assim. Aliás, deve ser assim. Por isso, só há um caminho: Tem que ser assim.

Por Esmeralda

Por Esmeralda disse...

Cara Maria,

Devemos apenas preocupar-nos com a forma como temos procedido no Por Esmeralda, autores e amigos e amigas. Nesse aspecto julgamos ter algo a dizer relativamente a ética, respeito, humildade e isenção.

Assim, dessa forma, como sempre foi, estamos a avançar com convicções, que não sendo partilhadas por outras pessoas, não agridem, não fazem ruído, não geram conflitos.

Pense como nós: Esta não é a melhor forma de defender os ideais de felicidade que desejamos para a Princesa?

Porque afinal o que nos move apenas é a felicidade da Princesa.

Por Esmeralda

Por Esmeralda disse...

Caros Amigos e Amigas da Princesa,

De tudo o que se leu por ali e por aqui, já foi possível tirar as devidas conclusões. As diferenças estão à vista. Orgulhamo-nos todos muito do facto.

Pensemos então no seguinte:

Já todos percebemos que a Princesa foi assediada com perguntas sobre a forma como correu a sua audição com o Juiz. Não apreciámos mesmo nada ter constatado tal facto.

Nessa medida, sejamos claros, continuar a falar de assuntos que de alguma forma possam continuar a prejudicar a tranquilidade da vida da Princesa, como parece que já aconteceu, não é boa ideia e, sobretudo, é não respeitar as nossas convicções e a forma correcta que sempre adoptámos neste espaço.

Vamos falar de crianças especiais, como as do tema da mensagem? Temos a certeza que, dada a sensibilidade de muitos dos comentários, já muitos tiveram oportunidade de conviver com crianças especiais. Vamos então, por enquanto, dar um silêncio que a Princesa de certeza apreciará.

Por Esmeralda

Anónimo disse...

História de uma Criança Especial

Os Meninos Cornélia

Cláudio tem cinco anos e não é capaz de estar um minuto quieto, enquanto espera pela consulta do Dr. Angelo Selicorne, médico no Hospital Pediátrico de Milão, que visitou recentemente o Serviço de Genética do Hospital D. Estefânia.

Faz desenhos, levanta-se para abrir a porta, brinca com as outras crianças e aponta o dedo a tudo o que lhe desperta a atenção.

Quando Cláudio nasceu, Rosalina Fé soube desde logo que o filho tinha síndrome de Cornelia de Lange. Foi aprendendo aos poucos a cuidar dele, já que as informações sobre a doença eram escassas. A adaptação ao jardim de infância não foi fácil, mas hoje o Cláudio já se senta, compenetrado, a fazer um desenho. As dificuldades são ultrapassadas por etapas.

Descrita em 1933 por uma pediatra holandesa, a síndrome de Cornelia de Langue é uma doença rara e congénita.

"Não se sabe o que a provoca. É uma doença genética, mas aparentemente não é hereditária, porque são raras as situações em que há mais do que um caso na família, sendo a probabilidade de ocorrência estimada apenas entre 1 a 2%", afirma o Prof. Luis Nunes, geneticista e administrador do Hospital D. Estefânia. Estima-se que um em cada dez mil nascimentos em todo o mundo sejam afectados por esta alteração.

Segundo o Dr. Angelo Selicorne, até há alguns meses, "pensava-se que a síndrome Cornelia de Lange estava relacionada com uma mutação espontânea de um único gene localizado no cromossoma 3 (3q26.3)".

Um estudo recente, denominado «Análise classificativa de dez casos familiares», revela que o cromossoma 3q26.3 não é o único local onde o gene deveria ser procurado.

"Isto significa que nesta síndrome é possível considerar a hipótese da heterogeneidade genética, ou seja, que o fenótipo da Cornelia de Lange se deve a mutações de diversos genes. Este facto poderá explicar os diversos tipos de gravidade da mutação a um nível teórico, mas torna a investigação do defeito genético básico da síndrome cada vez mais longa e complexa", explica o pediatra italiano.

Características e diagnóstico
O Dr. Angelo Selicorne, que é também membro da Direcção da Cornelia de Lange Sindrome Foundation, sediada nos EUA, afirma que, "apesar das crianças terem características físicas semelhantes, não há um critério único que permita a identificação da síndrorne». Há um conjunto de sinais e sintomas clínicos, através dos quais é feito o diagnóstico no momento em que a criança nasce.

"São recém-nascidos pequenos, com baixo peso, apresentam uma microcefalia e características faciais particulares, que se misturam com os traços herdados da sua própria família. Têm as sobrancelhas unidas, as pestanas longas, o nariz pequeno, a cara redonda, os lábios finos e ligeiramente invertidos", descreve o especialista.

As mãos e os pés são pequenos, o quinto dedo está geralmente encurvado e, por vezes, as crianças apresentarn uma membrana interdigital entre o segundo e o terceiro dedo dos pés. A síndrome caracteriza-se também pela presença de um atraso de linguagem, deficiência mental, anomalias cardíacas, intestinais, refluxo gastresofágico, problemas visuais e auditivos e dificuldades de alimentação. As pessoas portadoras desta doença podem registar uma falta de sensibilidade à dor ou uma sensibilidade táctil mais acentuada.

"Só depois do nascimento é que se pode identificar a doença", diz por seu turno Luis Nunes. "Não há um exame pré-natal que permita detectar prematuramente a síndrome e, por outro lado, mesmo sendo um bebé muito pequeno, ninguém pensa que se trata de Cornelia de Lange", continua.

Por ser extremamente rara, há pediatras que nunca se cruzam com uma criança com esta patologia. Segundo Paula Costa, representante portuguesa da Cornelia de Lange Sindrome Foundation, há apenas 50 casos em Portugal.

(Continua)

Anónimo disse...

(Continuação)

Principais complicações
O desconhecimento, por vezes total, das complicações e cuidados de saúde a ter com as crianças dificulta o trabalho de médicos e pais.

Rosalina Fé conta que, ao princípio, "não sabia como tratar do Cláudio. Não sabia, por exemplo, que ele rejeitava o leite". O Cláudio, tal como a maior parte destes doentes, tem intolerância à lactose e dificuldade em ingerir, deglutir e digerir os alimentos.

Luis Nunes explica que, "ao nível do sisterna digestivo, muitas das crianças têm um refluxo gastresofágico, que é a causa de muitas complicações, como a hérnia do hiato ou a esofagite". "Como agora sabemos do que se trata, operamos e investigamos as crianças nesse sentido», acrescenta.

"Há também outro tipo de complicações ao nível dos dentes e dos olhos", continua o geneticista. No que toca aos problemas de visão, destacam-se a miopia (que em alguns casos é quase total), secreção lacrimal abundante, ptose e inflamações recorrentes.

Os problemas dentários têm a ver com cáries, doenças das gengivas, dentes pequenos, mandíbula pequena e erosão dos dentes, provocada pelo refluxo ácido do estômago. Nos primeiros meses de vida são geralmente detectados problemas cardíacos.

O atraso de linguagem está presente na maior parte das crianças e relaciona-se com os problemas auditivos, de desenvolvimento e com os estímulos que recebem do exterior. Por vezes, só a partir dos cinco ou mesmo dez anos de idade é que começam a falar.

Problemas de comportamento
As crianças portadoras da síndrome de Cornelia de Lange "têm que ter alguns cuidados específicos, mas habitualmente não tomam medicamentos, a não ser por questões de comportamento", explica Luis Nunes. É que, quando estão sujeitas a momentos de tensão, quando sentem dores ou querem dizer alguma coisa e não conseguem, podem ter problemas a esse nível. A hiperactividade, atitudes repetitivas e dificuldades de concentração são os problemas mais comuns.

Paula Costa afirma que o "grau de comportamento evolui num sentido ascendente e mantém-se sempre num nível elevado". E continua: "Quando as crianças percebem que os pais estão atentos á sua atitude, os níveis de cornportamento disparam. Atiram coisas para o chão, auto-agridem e podem agredir os outros".

(Continua)

Anónimo disse...

(Continuação)

Começam corn "graças disparatadas", que acabam por não saber controlar. "Um dia, o meu filho Marco, de 13 anos, começou a cantar por brincadeira, rmas a dada altura não foi capaz de parar. Cantou dia e noite", exemplifica Paula Costa.

À medida que a criança cresce, aumentam também os problemas comportamentais e os casos mais graves de auto-agressão estão associados à profundidade da síndrome.

A representante portuguesa da Cornelia de Lange Sindrome Foundation alerta que é preciso ter "sensibilidade para novas alterações", porque isso pode significar que algo não está bem ao nível clínico.

"São crianças dóceis, extrovertidas e bons companheiros. Em primeiro lugar, é preciso ver se não há qualquer sintoma que possa provocar dor e que justifique o comportamento agressivo", sublinha Paula Costa.

Os problemas decorrem mais do comportamento e do atraso no desenvolvimento. "Para ir ao dentista tratar uma simples cárie, por exemplo, têm que levar anestesia geral", salienta, por seu lado, o professor.

A esperança de vida dos "meninos Cornelia" pode ser idêntica á de qualquer pessoa. "A não ser que haja complicações associadas, malformações e atrasos acentuados, podem chegar à idade adulta e mesmo à velhice", explica o geneticista. As principais causas de morte são as cardiopatias congénitas, hérnias do diafragma, oclusão intestinal, pneumonia e convulsões.

À medida que vão crescendo, as crianças portadoras da síndrome tornam-se "ainda mais dependentes", lembra Luis Nunes. E este é, naturalmente, o maior medo dos pais.

Para Rosalina Fé, as inquietações com o futuro são muitas: "Tenho receio de não encontrar um sítio, uma escola, onde o Cláudio possa continuar a aprender quando for mais velho. Precisa de uma atenção permanente e de uma pessoa só para ele."

Mas, para Cláudio, as preocupações da mãe estão muito distantes. Enquanto brinca

Anónimo disse...

deixem-se de tangas. Agora que Esmeralda falou e nem as ameaças e textos ditados por ana vasconcelos vos valeram, vêm com textos de autênticos atrasados mentais.

Esmeralda quer o Pai. Esmeralda é feliz com o Pai. Esmeralda não quer o casal gomes, de quem apenas tem MEDO.Não quer aidida, que não considera como mãe e sabe que a deu ou vendeu aos desconhecidos gomes. Sabe que houve um negócio e ela foi a mercadoria.
Esperemos que em futuros fins de semana, que ainda vai ser OBRIGADA a passar com gente de indole tão má e reles, não seja aujeita a castigos e sevicias, como acontecia quando não a deixavam ver o Pai e ela pedia para o visitar.Esperemos sinceramente que as autoridades estejam atentas e nenhuma desgraça aconteça.Penso que para jé esses fins de semana de horror e tortura, fossem suspensos. Deste tipo de gentinha, capaz de subtrair uma criança e ir contra todas as decisões dos tribunais e leis deste país tudo é de esperar.Esmeralda correrá grave perigo, quando sózinha em convivio com esta gentinha.
Deixem Esmeralda ser feliz. Ana vasconcelos, faça um favor a Esmeralda, saia da sua vida de uma vez por todas. Ela não a quer e não gosta de si. Ela pode, apesar de criança, estar a criar ódio em relação a si. Não queira quer isso aconteça.Admita que falhou totundamente neste caso, pois não quis servir os interesses de Esmeralda, mas sim os interesses dos seus amiguinhos e que eram antagónicos aos de Esmeralda.Um médico deve tratar o doente e não quem lhe quer a herança. ainda que seja muito amigo. Mas, a verdade é que estamos em Portugal, e... Aceite que todas as suas teorias estavam erradas. Admita que é uma má profissional e não fora as amizades, e compadrios, você não teria emprego NEM NUM CEMITÉRIO.
Deixem Esmeralda viver feliz com quem a ama e ela ama de todo o coração.Não com quem não é do seu sangue e sempre se serviram dela para enriquecerem.


Um habitante de T.Novas conhecido do sargento

Anónimo disse...

PEDRO - UMA CRIANÇA ESPECIAL

Sem Palavras...

No Brooklyn, Nova Iorque, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais. Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser
encaminhadas para uma escola comum.
Num jantar de beneficiência de Chush, o pai de uma criança fez
um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam
presentes.
Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou:
"Onde está a perfeição no meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição?

Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem.
Meu filho não se pode lembrar de factos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus?"

Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai, mas ele continuou:

"Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança."

Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Pedro:
Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam, estavam a jogar beisebol.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Pedro perguntou-me: - Pai, você acha que eles me deixariam jogar? Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria na equipa. Mas entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação.
Aproximei-me de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar.
O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros da equipa e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:
- Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava.
Acho que ele pode entrar na nossa equipa e tentaremos colocá-lo para bater até à nona rodada.
Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino.
Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar.
No final da oitava rodada, a equipa de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três. No final da nona rodada, a equipa de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar.
Uma questão, porém, veio à minha mente: a equipa deixaria Pedro, de facto, rebater nesta circunstância e deitar fora a possibilidade de ganhar o jogo?
Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro. Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão.
Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater.
Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou desajeitadamente e perdeu.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Um dos companheiros da equipa de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador.
O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro.
Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro da equipa balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador.
O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo.
Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a numa curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.
Então todo o mundo começou a gritar: Pedro, corre para a primeira base, corre para a primeira. Nunca na sua vida ele tinha corrido... mas saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado.
Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro fora de jogo, pois ele ainda estava correndo.
Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base.
Todo o mundo gritou: Corre para a segunda, corre para a segunda base. Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal. Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direcção de terceira base e todos gritaram: Corre para a terceira.
Ambas as equipas correram atrás dele gritando: Pedro, corre para a base principal.
Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganho o jogo para a equipa dele."

"Naquele dia," disse o pai, com lágrimas caindo sobre face, aqueles 18 meninos alcançaram a Perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!"
O facto é verdadeiro e ao mesmo tempo causa-nos tanta estranheza!
Entretanto, há pessoas que enviam mil piadas por e-mail e elas espalham-se como fogo, mas, quando enviamos mensagens sobre algo de bom, as pessoas pensam duas vezes antes de compartilhá-las. É preocupante que coisas grotescas, vulgares e obscenas cruzem livremente o ciberespaço, mas se você decidir passar adiante esta mensagem, não a enviará para muitos de sua lista de endereços, porque não está seguro quanto ao que eles acreditam, ou o que pensarão de você.
Mostre que está acima de qualquer tipo de discriminação e envie esta linda e verdadeira história. Todos precisamos de parar alguns momentos para pensar naquilo que é realmente importante na vida. A amizade e a solidariedade nunca passarão de moda.

Basta querermos!

Por Esmeralda disse...

Caros Amigos e Amigas do Por Esmeralda,

Ao contrário do que foi anunciado, o Por Esmeralda decidiu realizar a publicação de um comentário anónimo de 22 de Abril de 2010 às 12:15.

O referido comentário, escrito de forma simples, exibe claramente os grandes receios e uma profunda insegurança, já encontrada nas entrelinhas de outro comentário.

Porque o próximo fim de semana a Princesa estará com o pai, família e "amigos", voltamos a denunciar os grandes receios que agora confirmamos de fortes pressões sobre a Princesa.

O Por Esmeralda lamenta muito mas não pode pactuar com uma tal situação pelo que tomará outras medidas proximamente.

Por Esmeralda

Anónimo disse...

AS CRIANÇAS PORTADORAS DE SÍNDROME DE ASPERGER

A chamada síndrome de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger (código CIE-9-MC: 299.8), é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A validade do diagnóstico de SA como condição distinta do autismo é incerta, tendo sido proposta a sua eliminação do "Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders", sendo fundida com o autismo.

A SA é mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários (como Vernon Smith, "Prémio Nobel" de Economia de 2002). No entanto, no Reino Unido estima-se que apenas 12% terá emprego de período integral.

O termo "síndrome de Asperger" foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing em 1981 num jornal médico, que pretendia desta forma homenagear Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990. A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, na sua quarta edição, em 1994 (DSM-IV).

Alguns sintomas desta síndrome são: dificuldade de interação social, falta de empatia, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto, isso pode ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto.

Alguns estudiosos afirmam que grandes personalidades da História possuíam fortes traços da síndrome de Asperger, como os físicos Isaac Newton e Albert Einstein, o compositor Mozart, os filósofos Sócrates e Wittgenstein, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista Michelangelo, os cineastas Stanley Kubrick e Andy Warhol e o enxadrista Bobby Fischer.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Classificação e diagnóstico

A Síndrome de Asperger, também conhecida como autismo de alta funcionalidade (AAF), relaciona-se com o transtorno de Asperger definido na seção 299.80 do DSM-IV por seis critérios principais, que definem a síndrome como uma condição com as seguintes características:

• Prejuízo severo e persistente na interação social;

• Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades;

• Prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento;

• Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem;

• Não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (em outra área que não na interação social) e curiosidade acerca do ambiente na infância.

• A não-satisfação dos critérios para qualquer outro transtorno invasivo do desenvolvimento específico ou esquizofrenia.

A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro do autismo (ASD em inglês), uma das cinco condições neurológicas caracterizadas por diferenças na aptidão para a comunicação, bem como padrões repetitivos ou restritivos de pensamento e comportamento. Os quatro outros transtornos ou condições são autismo, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância e PDD não especificado (PDD-NOS - transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação).

O diagnóstico da SA é complexo em virtude de que mesmo através do uso de vários instrumentos de avaliação não existe um exame clínico que a detecte. Os critérios de diagnóstico do Diagnostic and Statistical Manual norte-americano são criticados por serem vagos e subjetivos. Outros conjuntos de critérios de diagnóstico para a SA são o CID 10 da OMS, o de Szatmari, o de Gillberg, e Critério de Descoberta de Attwood & Gray.[13] A definição CID-10 tem critérios semelhantes aos da versão DSM-IV[13] A Sindróme de Asperger foi em tempos chamada Psicopatia Autista e Transtorno Esquizóide da Infância, apesar de tais termos serem atualmente entendidos como arcaicos e imprecisos, e portanto não mais aceitos no uso médico.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Um diagnóstico válido?

Há grande controvérsia se a SA é um transtorno distinto e separada ou se é equivalente ao Autismo de alta funcionalidade,ou mesmo a outras condições (como o Transtorno de Personalidade Esquizóide).

O diagnóstico da SA em indivíduos adultos é uma tarefa difícil e imprecisa, uma vez que indivíduos adultos com SA ou AAF já aprenderam de forma racional a mascarar os seus erros sociais.

Quando distraídos demonstram os sintomas da SA, mas se concentrados em uma interação social específica, como o relacionamento com o psicanalista no momento do teste, podem se comportar de forma aparentemente normal.

Além disso, há pouco acordo entre os vários critérios de diagnóstico da síndrome. Um estudo realizado em 2008 comparando quatro conjuntos de critérios (DSM, CID, Gillberg e Szatmari) concluiu que o diagnóstico apenas coincidia em 39% dos casos.

Os diagnósticos de SA e AAF são usados indistintamente, complicando as estimativas de prevalência: a mesma criança pode receber diferentes diagnósticos, dependendo do método aplicado pelo médico, e vários estudos indicam que quase todas as crianças diagnosticadas com "Síndrome de Asperger" têm na realidade autismo, e não SA tal como é definida pelo DSM-IV.

Em 2010, a American Psychiatric Association divulgou a proposta para o DSM-V, onde a Síndrome de Asperger desaparece como diagnóstico distinto, passando a estar incluída no autismo.[1][2]

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Características

A SA é caracterizada por:

• Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras atividades;

• Rituais ou comportamentos repetitivos;

• Peculiaridades na fala e na linguagem;

• Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo;

• Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interação interpessoal;

• Problemas com comunicação;

• Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente;

• Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados.

• Segundo alguns estudos, apresentam imaginação e criatividade fantasiosa mais reduzida do que uma criatividade com bases em fatos reais

• Frequentemente, por um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal

As características mais comuns e importantes da SA podem ser divididas em várias categorias amplas: as dificuldades sociais, os interesses específicos e intensos, e peculiaridades na fala e na linguagem. Outras características são comumente associadas com essa síndrome, mas nem sempre tomadas como necessárias ao diagnóstico. Esta seção reflete principalmente as visões de Attwood, Gillberg e Wing sobre as características mais importantes da SA; os critérios DSM-IV representam uma visão ligeiramente distinta.

Diferentemente da maioria dos tipos de TDI, a SA é geralmente camuflada, e muitas pessoas com o transtorno convivem perfeitamente com os que não têm. Os efeitos da SA dependem de como o indivíduo afetado responde à própria síndrome.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Diferenças sociais

Apesar de não haver uma única distinção comum a todos os portadores de SA, as dificuldades com o convívio social são praticamente universais, e portanto também são um dos critérios definidores mais relevantes. As pessoas com SA não têm a habilidade natural de enxergar os subtextos da interação social, e podem não ter capacidade de expressar seu próprio estado emocional, resultando em observações e comentários que podem soar ofensivos apesar de bem-intencionados, ou na impossibilidade de identificar o que é socialmente "aceitável". As regras informais do convívio social que angustiam os portadores de SA são descritas como "o currículo oculto". Os Aspergers precisam aprender estas aptidões sociais intelectualmente de maneira clara, seca, lógica como matemática, em vez de intuitivamente por meio da interação emocional normal.

Os não-autistas são capazes de captar informação sobre os estados cognitivos e emocionais de outras pessoas baseadas em "pistas" deixadas no ambiente social e em traços como a expressão facial, linguagem corporal, humor e ironia. Já os portadores de SA não têm essa capacidade, o que é às vezes chamado de "cegueira emocional". Este fenômeno também é considerado uma carência de teoria da mente. Sem isso, os indivíduos com SA não conseguem reconhecer nem entender os pensamentos e sentimentos dos demais.

Desprovidos dessa informação intuitiva, não podem interpretar nem compreender os desejos ou intenções dos outros e, portanto, são incapazes de prever o que se pode esperar dos demais ou o que estes podem esperar deles. Isso geralmente leva a comportamentos impróprios e anti-sociais. No texto Asperger's Syndrome, Intervening in Schools, Clinics, and Communities, Tony Attwood categoriza as várias maneiras que a carência de "teoria mental" ou abstração podem afetar negativamente as interações sociais de portadores de Asperger:

1. Dificuldade em compreender as mensagens transmitidas por meio da linguagem corporal - pessoas com SA geralmente não olham nos olhos, e quando olham, não conseguem "ler".

2. Interpretar as palavras sempre em sentido denotativo - indivíduos com SA têm dificuldade em identificar o uso de coloquialismos, ironia, gírias, sarcasmo e metáforas.

3. Ser considerado grosso, rude e ofensivo - propensos a comportamento egocêntrico, Aspergers não captam indiretas e sinais de alertas de que seu comportamento é inadequado à situação social.

4. Aperceber-se de erros sociais - à medida que os Aspergers amadurecem e se tornam cientes de sua "cegueira emocional", começam a temer cometer novos erros no comportamento social, e a autocrítica em relação a isso pode crescer a ponto de se tornar fobia.

5. Paranóia - por causa da "cegueira emocional", pessoas com SA têm problemas para distinguir a diferença entre atitudes deliberadas ou casuais dos outros, o que por sua vez pode gerar uma paranóia.

6. Lidar com conflitos - ser incapaz de entender outros pontos de vista pode levar a inflexibilidade e a uma incapacidade de negociar soluções de conflitos. Uma vez que o conflito se resolva, o remorso pode não ser evidente.

7. Consciência de magoar os outros - uma falta de empatia em geral leva a comportamentos ofensivos ou insensíveis não-intencionais.

8. Consolar os outros - como carecem de intuição sobre os sentimentos alheios, pessoas com AS têm pouca compreensão sobre como consolar alguém ou fazê-los se sentirem melhor.

9. Reconhecer sinais de enfado - a incapacidade de entender os interesses alheios pode levar Aspergers a serem incompreensivos ou desatentos. Na mão inversa, pessoas com SA geralmente não percebem quando o interlocutor está entediado ou desinteressado.

10. Introspecção e autoconsciência - indivíduo com SA têm dificuldade de entender seus próprios sentimentos ou o seu impacto nos sentimentos alheios.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

11. Vestimenta e higiene pessoal - pessoas com SA tendem a ser menos afetadas pela pressão dos semelhantes do que outras. Como resultado, geralmente fazem tudo da maneira que acham mais confortável, sem se importar com a opinião alheia. Isto é válido principalmente em relação à forma de se vestir e aos cuidados com a própria aparência.

12. Amor e rancor recíprocos - como Aspergers reagem mais pragmaticamente do que emocionalmente, suas expressões de afeto e rancor são em geral curtas e fracas.

13. Compreensão de embaraço e passo em falso - apesar do fato de pessoas com SA terem compreensão intelectual de constrangimento e gafes, são incapazes de aplicar estes conceitos no nível emocional.

14. Lidar com críticas - pessoas com SA sentem-se forçosamente compelidas a corrigir erros, mesmo quando são cometidos por pessoas em posição de autoridade, como um professor ou um chefe. Por isto, podem parecer imprudentemente ofensivos.

15. Velocidade e qualidade do processamento das relações sociais - como respondem às interações sociais com a razão e não intuição, portadores de SA tendem a processar informações de relacionamentos muito mais lentamente do que o normal, levando a pausas ou demoras desproporcionais e incômodas.

16. Exaustão - quando um indivíduo com SA começa a entender o processo de abstração, precisa treinar um esforço deliberado e repetitivo para processar informações de outra maneira. Isto muito freqüentemente leva a exaustão mental.

Uma pessoa com SA pode ter problemas em compreender as emoções alheias: as mensagens passadas pela expressão facial, olhares e gestual tem um impacto baixo, mas não nulo (como no caso dos psicopatas). Eles também podem ter dificuldades em demonstrar empatia. Assim, Aspergers podem parecer egoístas, egocêntricos ou insensíveis. Na maioria dos casos, estas percepções são injustas porque os portadores da Síndrome são neurologicamente incapazes de entender os estados emocionais das pessoas à sua volta. Eles geralmente ficam chocados, irritados e magoados quando lhes dizem que suas ações são ofensivas ou impróprias. É evidente que pessoas com SA têm emoções. Mas a natureza concreta dos laços emocionais que venham a ter (ou seja, com objetos em vez de pessoas) pode parecer curiosa ou até ser uma causa de preocupação para quem não compartilha da mesma perspectiva.

O problema pode ser exacerbado pelas respostas daqueles neurotípicos que interagem com portadores de SA. O aparente desapego emocional de um paciente Asperger pode confundir e aborrecer uma pessoa neurotípica, que por sua vez pode reagir ilógica e emocionalmente — reações que vários Aspergers especialmente não toleram. Isto pode gerar um círculo vicioso e às vezes desequilibram particularmente famílias de pessoas Aspergers.

O fato de não conseguir demonstrar afeto — pelo menos de modo convencional — não significa necessariamente que pessoas com SA não sintam afeto. A compreensão disto pode ajudar parceiros ou convíveres a se sentir menos rejeitados e mais compreensivos. O aumento da compreensão também pode resultar de leitura e pesquisa sobre a Síndrome e outros transtornos comórbidos. Às vezes, ocorre o problema oposto: a pessoa com SA é anormalmente afeiçoada a alguém e não consegue captar ou interpretar sinais daquela pessoa, causando aborrecimento.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Outro aspecto importante das diferenças sociais encontradas em aspergers é uma fraqueza na coerência central do indivíduo.

Pessoas com esta deficiência podem ser tão focadas em detalhes que não conseguem compreender o conjunto. Uma pessoa com coerência central fraca pode lembrar de uma história minuciosamente mas ser incapaz de fazer um juízo de valor sobre a narrativa. Ou pode entender um conjunto de regras detalhadamente mas ter dúvidas de como aplicá-las. Frith e Happe exploram a possibilidade de que a atenção a detalhes seja uma abordagem em vez de deficiência.

Certamente parece haver várias vantagens em orientar-se por detalhes, particularmente em atividades e profissões que requeiram alto nível de meticulosidade. Também pode-se entender que isto cause problemas se a maior parte dos não-autistas for capaz de transitar fluidamente entre a abordagem detalhista e a generalista.

Diferenças de fala e linguagem
Pessoas com SA tipicamente tem um modo de falar altamente "pedante", usando um registro formal muitas vezes impróprio para o contexto. Uma criança de cinco anos de idade com essa condição pode falar regularmente como se desse uma palestra universitária, especialmente quando discorrer sobre seu(s) assunto(s) de interesse.

A interpretação literal é outro traço comum, embora não universal, da Síndrome de Asperger. Attwood dá o exemplo de uma menina com SA que um dia atendeu ao telefone e perguntaram “O Paul está aí?”.
Embora o Paul em questão estivesse em casa, não estava no mesmo cômodo que ela. Assim, após olhar em volta para se certificar disso, a menina simplesmente respondeu "Não" e desligou. A pessoa do outro lado da linha teve de ligar novamente e explicar a ela que queria que a menina encontrasse o Paul e passasse o telefone a ele.

Indivíduos com SA podem usar palavras idiossincráticas, incluindo neologismos e justaposições incomuns. Isto pode tornar-se um raro dom para humor (especialmente trocadilhos, jogos de palavras e sátiras). Uma fonte potencial de humor é a percepção eventual de que suas interpretações literais podem ser usadas para divertir os outros.

Alguns são tão apurados no domínio da língua escrita que podem ser considerados hiperléxicos. Tony Attwood cita a habilidade de uma criança em particular de inventar expressões, por exemplo, “tirar o pingo dos is” (o oposto de botar o pingo nos is) ou dizer que seu irmão bebê está “escangalhado” por não poder andar nem falar.

Outros comportamentos típicos são ecolalia (repetição ou eco da fala do interlocutor) e palilalia (repetição de suas próprias palavras).

Um estudo de 2003 investigou a linguagem escrita de crianças e adolescentes com SA. As amostras foram comparadas aos seus pares neurotípicos num teste padronizado de escrita e legibilidade da caligrafia. Nas técnicas de escrita, não foram encontradas diferenças significativas entre os padrões de ambos os grupos; entretanto, na caligrafia, os participantes com SA produziram letras e palavras consideravelmente menos legíveis do que as do grupo neurotípico. Outra análise de exemplos de texto escrito constatou que pessoas com Asperger produzem quantidade de texto similar às dos neurotípicos, mas têm dificuldade em produzir escrita de qualidade.

Tony Attwood afirma que um professor pode gastar tempo considerável interpretando e corrigindo o garrancho indecifrável de uma criança com Asperger. A criança também é ciente da qualidade inferior de sua caligrafia e pode relutar em participar de atividades que envolvam trabalho manuscrito extensivo. Infelizmente para alguns adultos e crianças, os professores colegiais e os potenciais empregadores podem considerar a precisão da caligrafia como medida da inteligência e personalidade. A criança pode requerer assistência de terapia ocupacional e exercícios corretivos, mas a tecnologia moderna pode ajudar minimizar este problema. O pai ou monitor pode também atuar como redator ou revisor da criança para assegurar a legibilidade das respostas nos deveres de casa.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Interesses específicos e intensos

A Síndrome de Asperger na criança pode se desenvolver como um nível de foco intenso e obsessivo em assuntos de interesse, muitos dos quais são os mesmos de crianças normais. A diferença de crianças com SA é a intensidade incomum desse interesse. Alguns pesquisadores sugeriram que essas "obsessões" são essencialmente arbitrárias e carecem de qualquer significado ou contexto real. No entanto, pesquisa recente sugere que geralmente não é esse o caso.

Algumas vezes, os interesses são vitalícios; em outros casos, vão mudando a intervalos imprevisíveis. Em qualquer caso, são normalmente um ou dois interesses de cada vez. Ao perseguir estes interesses, portadores de SA freqüentemente manifestam argumentação extremamente sofisticada, um foco quase obsessivo e uma memória impressionantemente boa para dados factuais (ocasionalmente, até memória eidética).Hans Asperger chamava seus jovens pacientes de "pequenos professores" por que ele achava que seus pacientes tinham como compreensão um entendimento de seus campos de interesse assim como os professores universitários.

Pessoas com Síndrome de Asperger podem ter pouca paciência com coisas fora destes campos de interesse específico. Na escola, podem ser considerados inaptos ou superdotados altamente inteligentes, claramente capazes de superar seus colegas em seu campo do interesse, e ainda assim constantemente desmotivados para fazer deveres de casa comuns (às vezes até mesmo em suas próprias áreas de interesse). Outros podem ser hipermotivados para superar os colegas de escola. A combinação de problemas sociais e de interesses específicos intensos pode conduzir ao comportamento incomum, tal como abordar um desconhecido e iniciar um longo monológo sobre um assunto de interesse especial em vez de se apresentar antes da maneira socialmente aceita. Entretanto, em muitos casos os adultos podem superar estas impaciências e falta de motivação e desenvolver mais tolerância às novas atividades e a conhecer pessoas.

Anónimo disse...

SOBRE AS CRIANÇAS AUTISTAS

O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas.

Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de espectro autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.

O autismo afeta uma em cada 110 crianças nascidas nos Estados Unidos, segundo o governo daquele país, com números de dezembro de 2009.Em 2010, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se comunicam e interagem.

Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela está desinteressada dessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo, é porque simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.

Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe nenhuma). A dificuldade de comunicação, em alguns casos, está realmente presente, mas como dito acima nem todos são assim: é difícil definir se uma pessoa tem retardo mental se nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Histórico

Foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital, em seu artigo Autistic disturbance of affective contact, na revista Nervous Child, vol. 2, p. 217-250. No mesmo ano, o também austríaco Hans Asperger descreveu, em sua tese de doutorado, a psicopatia autista da infância. Embora ambos fossem austríacos, devido à Segunda Guerra Mundial não se conheciam .

A palavra "autismo" foi criada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade". Kanner e Asperger usaram a palavra para dar nome aos sintomas que observavam em seus pacientes.

O trabalho de Asperger só veio a se tornar conhecido nos anos 1970, quando a médica inglesa Lorna Wing traduziu seu trabalho para o inglês. Foi a partir daí que um tipo de autismo de alto desempenho passou a ser denominado síndrome de Asperger.

Nos anos 1950 e 1960, o psicólogo Bruno Bettelheim afirmou que a causa do autismo seria a indiferença da mãe, que denominou de "mãe-geladeira'". Nos anos 1970 essa teoria foi rejeitada e passou-se a pesquisar as causas do autismo. Hoje, sabe-se que o autismo está ligado a causas genéticas associadas a causas ambientais. Dentre possíveis causas ambientais, a contaminação por mercúrio presente em vacinas tem sido apontada como forte candidata, assim como problemas na gestação. Outros problemas como infecção por cândida, contaminação por alumínio e chumbo também devem ser considerados.

Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. Há correntes teóricas que apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida (normalmente até os 3 anos) como relevantes para definir o transtorno, mas hoje se tem fortes indicações de que o autismo seja um transtorno orgânico.

Entretanto, não se desconsidera o fato de que há de se cuidar dessas crianças o quanto antes, inserindo-as num tratamento que leve em consideração sua subjetividade, seus afetos e sentimentos, e não apenas o aspecto comportamental.

Donald Winnicott , importante pediatra e psicanalista inglês, contribui com suas formulações, a partir da prática clínica, para interrogar se o autismo de fato existe enquanto quadro nosográfico.

Além dos conceitos psicanalíticos é muito importante que se avalie o individuo como um todo, e se trate diretamente das causas, que são os desequilíbrios metabólcos do organismo.

Em 18 de Dezembro de 2007, a Organização das Nações Unidas decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial do Autismo.[3] Em 2008 houve a primeira comemoração da data pela ONU.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Definição

O autismo é um transtorno definido por alterações presentes antes dos três anos de idade e que se caracteriza por alterações qualitativas na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.

Definição da Autism Society of American – ASA (1978) Autism Society of American = Associação Americana de Autismo.

O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave por toda a vida.
É incapacitante e aparece tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa causar a doença.

Segundo a ASA, os sintomas são causados por disfunções físicas do cérebro, verificados pela anamnese ou presentes no exame ou entrevista com o indivíduo.
Incluem:

1. Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e lingüísticas.

2. Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de manter o corpo.

3. Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de idéias. Uso de palavras sem associação com o significado.

4. Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não usados de maneira devida.

Definição do DSM-IV-TR (2002) O Transtorno Autista consiste na presença de um desenvolvimento comprometido ou acentuadamente anormal da interação social e da comunicação e um repertório muito restrito de atividades e interesses. As manifestações do transtorno variam imensamente, dependendo do nível de desenvolvimento e da idade cronológica do indivíduo.

Definição da CID-10 (2000) Autismo infantil: Transtorno global do desenvolvimento caracterizado por:

a) um desenvolvimento anormal ou alterado, manifestado antes da idade de três anos, e

b) apresentando uma perturbação característica do funcionamento em cada um dos três domínios seguintes: interações sociais, comunicação, comportamento focalizado e repetitivo. Além disso, o transtorno se acompanha comumente de numerosas outras manifestações inespecíficas, por exemplo: fobias, perturbações de sono ou da alimentação, crises de birra ou agressividade (auto-agressividade).

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Características do autismo

Segundo a ASA (Autism Society of American), indivíduos com autismo usualmente exibem pelo menos metade das características listadas a seguir:

1. Dificuldade de relacionamento com outras crianças

2. Riso inapropriado

3. Pouco ou nenhum contato visual

4. Aparente insensibilidade à dor

5. Preferência pela solidão; modos arredios

6. Rotação de objetos

7. Inapropriada fixação em objetos

8. Perceptível hiperatividade ou extrema inatividade

9. Ausência de resposta aos métodos normais de ensino

10. Insistência em repetição, resistência à mudança de rotina

11. Não tem real medo do perigo (consciência de situações que envolvam perigo)

12. Procedimento com poses bizarras (fixar objeto ficando de cócoras; colocar-se de pé numa perna só; impedir a passagem por uma porta, somente liberando-a após tocar de uma determina maneira os alisares)

13. Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal)

14. Recusa colo ou afagos

15. Age como se estivesse surdo

16. Dificuldade em expressar necessidades - usa gesticular e apontar no lugar de palavras

17. Acessos de raiva - demonstra extrema aflição sem razão aparente

18. Irregular habilidade motora - pode não querer chutar uma bola, mas pode arrumar blocos

Observação: É relevante salientar que nem todos os indivíduos com autismo apresentam todos estes sintomas, porém a maioria dos sintomas está presente nos primeiros anos de vida da criança. Estes variam de leve a grave e em intensidade de sintoma para sintoma. Adicionalmente, as alterações dos sintomas ocorrem em diferentes situações e são inapropriadas para sua idade.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Diagnóstico

Os sistemas diagnósticos (DSM-IV e CID-10) têm baseado seus critérios em problemas apresentados em três áreas, com início antes dos três anos de idade, que são:

a) comprometimento na interação social, b) comprometimento na comunicação verbal e não-verbal, e no brinquedo imaginativo, c) comportamento e interesses restritos e repetitivos.
É relevante salientar que essas informações devem ser utilizadas apenas como referência.

Recomenda-se caracterizar a queixa da família: sinais, sintomas, comportamento, nível de desenvolvimento cognitivo e escolar do indivíduo - quando for o caso, relacionamento inter-pessoal, investigar os antecedentes gineco-obstétricos, história médica pregressa, história familiar de doenças neurológicas, psiquiátricas ou genéticas, analisar os critérios do DSM-IV-TR ou da CID-10, realizar avaliações complementares (investigações bioquímicas, genéticas, neurológicas, psicológicas, pedagógicas, fonoaudiológicas, fisioterápicas), pensar a respeito do diagnóstico diferencial, investigar a presença de co-morbidades, classificar o transtorno, planejar e efetivar o tratamento.

Muitas vezes, o autismo é confundido com outras síndromes ou com outros transtornos globais do desenvolvimento, pelo fato de não ser diagnosticado através de exames laboratoriais ou de imagem, por não haver marcador biológico que o caracterize, nem necessariamente aspectos sindrômicos morfológicos específicos; seu processo de reconhecimento é dificultado, o que posterga a sua identificação.

Um diagnóstico preciso deve ser realizado, por um profissional qualificado, baseado no comportamento, anamnese e observação clínica do indivíduo.

O autismo pode ocorrer isoladamente, ser secundário ou apresentar condições associadas, razão pela qual é extremamente importante a identificação de co-morbidades bioquímicas, genéticas, neurológicas, psiquiátricas, entre outras.

Condições que podem estar associadas ao Autismo: Acessos de raiva Agitação Agressividade Auto-agressão, auto-lesão (bater a cabeça, morder os dedos, as mãos ou os pulsos) Ausência de medo em resposta a perigos reais Catatonia Complicações pré, peri e pós-natais Comportamentos autodestrutivos Déficits de atenção Déficits auditivos Déficits na percepção e controle motor Déficits visuais Epilepsia (Síndrome de West) Esquizofrenia Hidrocefalia Hiperatividade Impulsividade Irritabilidade Macrocefalia Microcefalia Mutismo seletivo Paralisia cerebral Respostas alteradas a estímulos sensoriais (alto limiar doloroso, hipersensibilidade aos sons ou ao toque, reações exageradas à luz ou a odores, fascinação com certos estímulos) Retardo mental Temor excessivo em resposta a objetos inofensivos Transtornos de alimentação (limitação a comer poucos alimentos) Transtornos de ansiedade Transtornos de linguagem Transtorno de movimento estereotipado Transtornos de tique Transtornos do humor/afetivos (risadinhas ou choro imotivados, uma aparente ausência de reação emocional) Transtornos do sono (despertares noturnos com balanço do corpo)

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Síndromes Cromossômicas ou Genéticas: Acidose láctica Albinismo oculocutâneo Amaurose de Leber Desordem marfan-like Distrofia muscular de Duchenne Esclerose Tuberosa Fenilcetonúria Galactosemia Hipomelanose de Ito Histidinemia Neurofibromatose tipo I Seqüência de Moebius Síndrome de Angelman Síndrome de Bourneville Síndrome da Cornélia de Lange Síndrome de Down Síndrome fetal alcóolica Síndrome de Goldenhar Síndrome de Hurler Síndrome de Joubert Síndrome de Laurence-Moon-Biedl Síndrome de Landau-Kleffner Síndrome de Noonan Síndrome de Prader-Willi Síndrome da Talidomida Síndrome de Tourette Síndrome de Sotos Síndrome do X-frágil Síndrome de Williams
Infecções associadas ao Autismo: Caxumba Citomegalovírus Herpes simples Pneumonia Rubéola Sarampo Sífilis Toxoplasmose Varicela
O diagnóstico do transtorno autista é clínico e não poderá, portanto, ser feito puramente com base em testes e ou escalas de avaliação.
Avaliações de ordem psicológica, fonoaudiológica e pedagógica são importantes para uma avaliação global do indivíduo.
Recomenda-se utilizar um instrumento de avaliação adicional para identificar a presença de Retardo Mental (RM). Na maioria dos casos de autismo (70% a 85%), existe um diagnóstico associado de RM que pode variar de leve a profundo.
A incidência de epilepsia nos indivíduos com autismo varia de 11% a 42%.
Convulsões podem desenvolver-se, particularmente, na adolescência.
Exames
O diagnóstico do autismo é feito clinicamente, mas pode ser necessário a realização de exames auditivos com a finalidade de um diagnóstico diferencial.
Outros exames devem ser considerados não para diagnóstico, mas com a finalidade de se realizar um bom tratamento. São eles: ácidos orgânicos, alergias alimentares, metais no cabelo, perfil ION, imunodeficiências, entre outros.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

Tratamentos do Autismo

A gravidade do autismo oscila bastante, porque as causas, não sendo as mesmas, podem produzir significativas diferenças individuais no quadro clínico.

Desta forma, o tratamento e o prognóstico variam de caso a caso.

Os indivíduos com autismo têm uma expectativa de longevidade normal.
O transtorno autista é permanente, até o presente momento, não tem cura.

O diagnóstico precoce do autismo permite a indicação antecipada de tratamento.

Um tratamento adequado é baseado na consideração das co-morbidades para a realização de atendimento apropriado em função das características particulares do indivíduo.

A terapêutica pressupõe uma equipe multi- e interdisciplinar – tratamento médico (pediatria, neurologia, psiquiatria e odontologia) e tratamento não-médico (psicologia, fonoaudiologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e orientação familiar), profissionalizante e inclusão social, uma vez que a intervenção apropriada resulta em considerável melhora no prognóstico.

A base da terapêutica presume o envolvimento da família.
A farmacoterapia continua sendo componente importante em um programa de tratamento, porém nem todos indivíduos necessitarão utilizar medicamento.

Não existe medicação e nem tratamento específicos para o transtorno autista.

O sucesso do tratamento depende exclusivamente do empenho e qualificação dos profissionais que se dedicam ao atendimento destes indivíduos.

A demora no processo de diagnóstico e aceitação é prejudicial ao tratamento, uma vez que a identificação precoce deste transtorno global do desenvolvimento permite um encaminhamento adequado e influencia significativamente na evolução da criança.

Os atendimentos precoces e intensivos podem fazer uma diferença importante no prognóstico do autismo.

O quadro de autismo não é estático, alguns sintomas modificam-se, outros podem amenizar-se e vir a desaparecer, porém outras características poderão surgir com a evolução do indivíduo. Portanto se aconselham avaliações sistemáticas e periódicas.

É fundamental o investimento no SER HUMANO com autismo, toda a intervenção produzirá benefícios significativos e duradouros.

Nunca deixe de acreditar no potencial do indivíduo com autismo.

Anónimo disse...

Mas será porque a Dra. Ana Vasconcelos considera Esmeralda ANORMAL, que agora neste blog da treta, só se fala de desgraças e doenças que todos queremos ver é bem longe das crianças e pessoas? POrquê falar apenas do mal, do horror, das tragédia?
Falem de coisas alegres. Do Sol, dos passarinhos, da Primavera, do Verão, das férias, etc. Agora falar só de doenças???
Cruzes canhoto... Bbrenuncio satanás. Façam figas antes que vos caiam em casa.


Maria

Anónimo disse...

Nao compreendi, O Juiz já decidiu com quem a menina quer ficar?!?

O comentario do tal doutoreco só mostra rancor e, o mais grave nao esconde o doutoreco que só incutem na menina insegurança e muito. Nao está esse doutoreco a dar oportunidade á menina de decidir por ela quando lhe incute medo pelas decisões que ela tomar a favor da Mãe. Não seria conveniente que o Juiz pudesse ler o que esse doutoreco escreve e afirma?!? É grave o que ele tem na mente. De todo esse homem é uma má companhia para a menina, para o Pai da menina e para todos envolvidos directamente. Por favor nãao deixem que a menina se sente ao colo desse monstro.
Beijinhos Esmeralda. O teu futuro a ti te pertence. Que a tua decisão junto ao Juiz te possa preencher o coraçao.

Por Esmeralda disse...

Caro "Um habitante de T.Novas conhecido do sargento"

O Por Esmeralda estranha a forma demasiado insistente que ao longo do dia, por várias vezes, veio junto deste espaço de reflexão, acerrimamente defender os interesses de alguém (que como afirma "Já agora queria dizer e jurar solenemente pela minha saúde e da minha familia, que não conheço Baltazar pessoalmemte nem nenhum dos seus conhecidos apoiantes"), não conhece.

Pode-se dizer que é no mínimo estranho, dada as certezas que afinal parece não ter visto ou ouvido, nunca.

Com efeito, ao contrário, o Por Esmeralda conhece muito bem a Princesa, há vários anos, bem como os pais afectivos e a mãe e respectiva família.

Essa é a grande diferença: apenas falamos do que vemos e do que conhecemos muito bem. Por isso estranhamos.

Portanto caro " Um habitante de T.Novas conhecido do sargento", porque nos parece que não entendeu, ou não leu, disponibilizamos-lhe a seguir o que nos apraz dizer sobre este momento da vida da Princesa, já referido anteriormente e que é o seguinte:

1) É importante que a Princesa possa falar sem medo sobre tudo o que lhe perguntem e a justiça a entenda plenamente

2) É importante que a Princesa continue a manter-se de forma saudável numa vida de corre-corre mal programada e a justiça mantenha o que acha bem, se achar e/ou altere o que ache menos bem, plenamente.

3) É importante que a Princesa seja feliz e que a justiça compreenda como ela pode ser feliz

4) É importante que a Princesa continue feliz junto do pai se a justiça assim o achar

5) É importante que a Princesa possa vir a ser feliz junto da mãe se a justiça assim o achar

6) É importante que a Princesa continue a conviver feliz com os pais afectivos se a justiça assim o achar.

Portanto, quem só quer que a Princesa seja feliz, não está preocupado, zangado, inseguro. Mas está antes aliviado porque mais um passo muito importante foi dado no sentido de avaliar, se a Princesa é realmente feliz.

Por Esmeralda

Anónimo disse...

Li com muita atenção tantas forma e ensinamentos que ANÓNIMOS e o POR-ESMERALDA, colocaram para que possamos enriquecer os nossos conhecimentos.
Assim foi e é possível, VIAJAR...
NESTE ESPAÇO, NO TEMPO, NA REALIDADE, NA MENTE...
Apetece-me lembrar aqui as

PALAVRAS da MENTE ao VENTO

O Poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente
"Fernando Pessoa"

Muito sinceramente OBRIGADA a todos os que com DOR me ensinaram hoje, que todos os dias poderemos aprender e conhecer melhor os APELOS DO AMOR.
Todos estes nomes, e palavras que por vezes a nós parecem impercebíveis, são a realidade de muitas crianças que de mais longe ou mais perto, nos apelam a ser capazes de num Profundo e Sublime amor, amá-los tanto que as suas diferenças, sejam apenas "diferenças", que merecem o nosso OLHAR IGUAL e a nossa atenção.
A diferença, somos nós que a fazemos, porque qualquer criança que viva uma ou outra destas realidades, tem direito a ser AMADA E RESPEITADA.
Abençoados os pais que heroicamente conseguem caminhar ao lado deles e fazem TANTO, E TUDO O QUE PODEM E SABEM PARA OS SENTIREM FELIZES.

Se ao menos estes ensinamentos tocassem o coração de nós todos???

Estou demasiado emocionada para continuar, mas talvez mais logo
Continue...
M.Mar

Por Esmeralda disse...

Caro anónimo (22 de Abril de 2010 18:55)

Educar, acarinhar, apoiar, dar afecto, ajudar a alcançar objectivos,mostrar novas experiências, dar colo, sorrir, abrir portas que de modo normal estariam fechadas, a crianças especiais, não é uma desgraça, ou doença, ou anormalidade, como considera. Muito menos é um mal, um horror, ou uma tragédia.

Caro anónimo, se todos pensássemos nas enormes dificuldades que as famílias com crianças especiais têm de ultrapassar, talvez essas crianças, especiais, mas crianças, não fossem obrigadas a todos os dias terem de enfrentar duplas dificuldades - as dificuldades inerentes à sua condição e a indiferença e falta de respeito, de pessoas como o caro anónimo, na forma como se exprime.

Portanto, caro anónimo, ao contrário do que refere, falar de crianças especiais, para nós é uma enorme alegria, se conseguirmos desta forma educar alguns membros desta sociedade, falhos de afecto.

Por último, o caro anónimo termina dizendo "Façam figas antes que vos caiam em casa."

É uma pena que o caro anónimo se tenha dado a conhecer através de uma característica tão triste, a da ignorância, falta de sentimentos, ausência de carácter.

Ainda bem que a Princesa tem muitos Amigos e Amigas, onde o Por Esmeralda orgulhosamente se inclui, a pensar na sua felicidade e na defesa dos seus superiores interesses.

Por Esmeralda

Anónimo disse...

Por Esmeralda: cada vez mais me sinto honrado de vos ler e apoiar. Mas neste momento que ao que parece é de grande nervosismo para algumas pessoas, depois de tudo o que li e com toda a atenção apetece-me desdramatizar e rir-me:

Se um elefante incomoda muita gente, o Por Esmeralda incomoda muito mais.

Desejo toda a felicidade do mundo à Princesa. Bem hajam vocês do Por Esmeralda.

E para concluir assino

Um habitante do Cabeçudo

Anónimo disse...

Projecto ajuda a combater as dificuldades das crianças com necessidades especiais

Tudo começou em Bragança e vai ser desenvolvido em Alfândega da Fé a partir de Fevereiro. Os dinamizadores acreditam que poderá replicar-se em outros municípios da região.

No distrito de Bragança há pelo menos 500 crianças e jovens com necessidades especiais. Os números são das escolas, mas, se alargarmos a contagem às pessoas que já não frequentam o sistema de ensino regular, podemos, no mínimo, multiplicar aquele número por três.

O concelho de Alfândega da Fé é um bom exemplo. Num primeiro diagnóstico a autarquia contabilizou 20 crianças e jovens "diferentes", num total de 60 pessoas que na área do município têm algum tipo de deficiência. Todas estas pessoas e as respectivas famílias lidam com um problema comum. "Há falta de respostas", diz Carmen Palma, mãe de Miguel, uma criança de 12 anos com síndrome de Asperger (uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo).

A actual presidente da câmara, Berta Nunes, médica de profissão, conhece este e outros casos e quer mudar o contexto local em que estas famílias estão integradas. "Este é um primeiro passo numa enorme caminhada que temos de fazer", diz a autarca. A partir de Fevereiro começa a funcionar a Escola de Pais, aberta a educadores mas também à sociedade em geral. A coordenadora do projecto, Celmira Macedo, explica que a ideia assenta em três pilares fundamentais: "Primeiro temos de desconstruir o mito associado à deficiência; depois trabalhar a parte emocional dos pais; por fim, trabalhar as suas competências para lidarem com a diferença."

Carmen Palma fez essa caminhada sem ajuda. "O acompanhamento do meu filho é feito numa clínica em Lisboa (a 500 quilómetros), único local onde eu conseguia algum aconselhamento para lidar com o Miguel no dia-a-dia", conta. Fora de casa esta família só encontrou entraves: "Na escola o meu filho era colocado na última carteira e ali ficava", diz Carmen. Levava para a escola o programa curricular desenhado por uma terapeuta educacional mas a professora do menino "nem abria o dossier". Inscreveu o filho no futebol e o treinador "considerou que ele não precisava nem de equipamento nem de cartão". Carmen combateu estas adversidades com a ajuda do marido e do próprio filho, que nunca perdeu um ano e tem boas notas.

(continua)

Anónimo disse...

(continuação)

A autarca Berta Nunes sabe que, depois das famílias, é preciso trabalhar a sociedade em geral e já tem em andamento um projecto que prevê a realização de acções de sensibilização nas escolas, nas associações culturais e recreativas.

"Já é difícil levar as crianças a realizar terapia e, se ainda têm de se deslocar centenas de quilómetros para o fazerem, torna-se quase impossível", acrescenta Celmira Macedo. Em Vinhais foi criada uma unidade de ensino estruturado para crianças com autismo e algumas das crianças que a frequentam têm de fazer percursos superiores a 50 quilómetros. "Temos crianças que se deslocam de Mirandela para Vinhais, fazem mais de 100 quilómetros para poderem frequentar aquela unidade", explica. Celmira Macedo acredita que o trabalho agora em desenvolvimento em Alfândega da Fé se poderá replicar noutros municípios, "sobretudo, nos mais distantes e mais pequenos, onde as respostas são nenhumas".

Pais ficam emocionalmente mais estáveis

O projecto que agora vai ser desenvolvido em Alfândega da Fé já teve uma primeira experiência em Bragança. Na altura, a ideia foi desenvolvida pela coordenadora da sub-região de Saúde, que era a actual autarca alfandeguense.

A escola funcionou de Maio a Dezembro do ano passado e foi frequentada por 22 pessoas. "Nove dos formandos eram professores, psicólogos e outros profissionais que lidam com a deficiência", refere Celmira Macedo. Os restantes formandos participantes do projecto eram pais.

O grupo criou a Leque, uma associação de pais e amigos de crianças com necessidades especiais. No seio da associação criaram o blogue (http://escolapaisnee.blogspot.com), onde deixam testemunhos e partilham experiências.

"Temos pessoas que tomavam antidepressivos e deixaram de o fazer, pessoas que entraram com ar envergonhado e que agora conseguem partilhar a sua experiência de vida, pessoas que quase nunca falavam (limitando-se a ouvir) e hoje falam das coisas boas e más, como se nos conhecêssemos desde sempre", testemunha Manuela Gomes, mãe de uma dessas crianças diferentes.

"Sentia-me triste e magoado, mas agora sinto-me optimista, com uma perspectiva de futuro diferente. Sinto-me mais enriquecido, mais compreendido e compreensivo", escreve Duarte Rodrigues, também ele formando.

"Sentia-me bastante fechada, com alguns problemas que me surgem no dia-a-dia e agora sei que consigo expô-los melhor", remata Teresa Mofreita. A Leque vai agora criar a sua sede em Alfândega da Fé.

Anónimo disse...

Crianças Especiais com Síndrome de Down

Síndrome de Down é, essencialmente, um atraso do desenvolvimento, tanto das funções motoras do corpo, como das funções mentais. Um bebé com S.D. é pouco activo, molinho, o que chamamos hipotonia. A hipotonia diminui com o tempo, e a criança vai conquistando, embora mais tarde que as outras, as diversas etapas do desenvolvimento: sustentar a cabeça, virar-se na cama, engatinhar, sentar, andar e falar: A S.D. é conhecida popularmente como mongolismo. Em alguns países, essa expressão não é mais usada.

O nome mongolismo foi dado devido às pregas no canto dos olhos que lembram o aspecto das pessoas da raça mongólica (amarela).

Os termos "mongolismo", "mongol" e "mongolóide", usados há alguns anos para identificar a Síndrome de Down e seus portadores, são hoje considerados ofensivos.

A frequência da Síndrome de Down é relativamente frequente de cada 550 bebés que nascem, um tem a Síndrome. Actualmente, estima-se que existem, entre crianças e adultos, mais de 100 mil brasileiros com Síndrome de Down. Por isso tal sindrome é a mais divulgada e conhecida no nosso meio social.

Qualquer casal pode ter um filho com a síndrome, não importando sua raça, credo ou condição social.

A criança com síndrome de Down desenvolve-se mais lentamente em relação às outras crianças. Isto não pode ser determinado na altura do nascimento. Precisa de um trabalho de estimulação desde que nasce para poder desenvolver todo seu potencial.

Os indivíduos com Síndrome de Down apresentam certos traços típicos, como: olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos (semelhantes aos orientais), nariz pequeno e um pouco "achatado", rosto redondo, orelhas pequenas, baixa estatura, pescoço curto e grosso, flacidez muscular, mãos pequenas com dedos curtos, prega palmar única.

A denominação síndrome de Down é resultado da descrição de Langdon Down, médico inglês que, pela primeira vez, identificou, em 1866, as características de uma criança com a síndrome.

Em cada célula do indivíduo existe um total de 46 cromossomas, divididos em 23 pares. A pessoa com síndrome de Down possui 47 cromossomas, sendo o cromossoma extra ligado ao par 21.

Para desenvolver todo o seu potencial, a pessoa com síndrome de Down necessita de um trabalho de estimulação desde o seu nascimento. Ela faz parte do universo da diversidade humana e tem muito a contribuir com sua forma de ser e sentir para o desenvolvimento da sociedade ( é fundamental o trabalho de inclusão social da criança).

Anónimo disse...

Crianças Especiais portadoras de Paralisia Cerebral

O termo Paralisia Cerebral descreve uma condição de ser, um estado de saúde com implicações que decorrem de danos no Sistema Nervoso. Paralisias Cerebrais não são doenças, mas sim uma condição especial definida na área médica como: “enfermidade caracterizada por um conjunto de perturbações motoras e sensoriais resultantes de um defeito ou de uma lesão do tecido nervoso contido dentro da caixa craniana que pode apresentar-se, antes, durante ou após o parto, até aos 8 anos de idade”

O termo paralisia cerebral é bastante inadequado pois significaria uma ausência total de actividades físicas e mentais, o que não ocorre nestes quadros. O emprego do termo, criança com lesão cerebral, seria mais pontual.

A causa é devida a qualquer agente capaz de lesar o encéfalo, desde a concepção ate à primeira infância.

Uma curiosidade: A frequência de Paralisias Cerebrais em países desenvolvidos é de cerca de 2/1000 nascidos vivos. Em países menos desenvolvidos os números aumentam para 7/1000 nascidos vivos. O facto decorre da precariedade do atendimento e acompanhamento pré-natal na maioria dos países em desenvolvimento, assim como as condições sócio-económicas da maioria da população destas localidades ( in Finnie, s/d).

São crianças, adolescentes e posteriormente adultos que precisarão de atenção às suas necessidades especiais no percurso do seu desenvolvimento.

São crianças capazes de desenvolver as suas capacidades desde que se respeite o seu timing e dificuldades ou limitações maiores em determinadas áreas.

Algumas vezes as falhas de uma criança não são realmente falhas mas simplesmente um modo dos pais fixarem padrões altos demais. As expectativas dos pais acerca do nível de aprendizagem e desenvolvimento de seus filhos são muito importantes. Estas expectativas devem ser realísticas, e o que elas esperam que seus filhos alcancem no andar, no manusear, no usar a fala e o raciocínio sobre as coisas, deve estar relacionado com a gravidade do comprometimento (orgânico, mental) da criança – fisicamente, emocionalmente e intelectualmente, e aqui é que a ajuda do profissional e sua equipe pode ser útil na colocação razoável das expectativas e razoáveis objectivos.

A criança com necessidades especiais precisa não de um tratamento infantilizado, nem exagerado para mais ou menos. Essa necessidade especial é a nossa escuta e olhar atento, posicionamento paciente, tolerante e flexível frente ao seu tempo próprio de desenvolvimento e reais dificuldades ou mesmo limitações em determinadas áreas cognitivas, afetivas e/ou sociais.

Anónimo disse...

Como é possivel a pessoa do comentário das (18.55 22 abril)

dizer tanta barbaridade...em poucas linhas...?!!

Meu deus...!!

tanta ingnorância...
tanta maldade...
tanta crueldade...
tanto cinismo...

Provalvelmente essa pessoa,se tiver alguém da familia com diferenças...esconde e ingnora!

ou,se ver alguém especial,foge!para que sua casa nâo caia...!

Eu acho muito bem que se fale de crianças especiais,precisamente para que a sociedade e gente como esse comentario,respeite,aceite e ajude!

Temos que falar,partilhar e ouvir a (difença)para que nâo haja pessoas e crianças escondidas em casa por vergonha dos familiares e maltratados pela sociedade...!

Eu tenho um filho que nasceu com microcefaalia,e hipercinético.

Foi muitas vezes maltratado e incompreendido onde antes moravamos(Portugal) pelas pessoas e nas escolas...por nâo ser aceite pelos (ditos normais)

muito teria por contar...

mas apenas quero deixar o meu testemunho,que hoje meu filho tem 16 anos,está mais calmo,está a pogredir.

Está aprender a escrever o seu nome,e é um ser humano fantástco!

Todos os dias eu aprendo com ele,sabe bem pela manhâ acordar e vê-lo sempre contente e a sorrir.

Quando le pergunto se ele é feliz...ele me responde

YES!I AM VERY HAPPY :))

É feliz com muito e com nada...apenas gosta de atençâo e carinho.

Ainda bem que nâo vivo junto de pessoas como nesse comentário...
vivo fora do meu paîs,em que meu filho como outras crianças e pessoas especiais sâo tratadas com o maior respeito,sâo aceites e ajudadas.

A mesma sorte e felicidade que quero tanto para o meu filho,desejo á pequenita Esmeralda,que sendo uma florzinha tâo especial,tratada e criada por pessoas espectaculares e especias,que tenha o seu futuro mais risonho e feliz,sem maldades e crueldades...

Anónimo disse...

No meu comentario anterior,faltou dizer que meu filho,tem dificuldade na aprendizagem,e fazer as suas tarefas sozinho,mas sabe tocar e muito bem guitarra e tambor.

Nâo lê nem escreve(está aprender agora fazer seu nome em letras maiusculas e em cima de pontinhos)
mas posso dizer que em 3 anos aprendeu falar em inglês,e fala tudo em inglês,ao contrário de mim,que leio e escrevo,ando numa escola e tenho dificuldades em aprender o inglês.

E que grandes liçôes de vida que eu aprendo com ele!

Enquanto eu vivo preocupada com mil e uma coisa,e achando que nao tenho tudo,viro-me para ele e aprendo que nao precisamos de ter tudo,se tivermos amor e carinho e aprendo com ele que o mais importante é o HOJE e amanha será outro dia,nada de preocupaçôs,se o dia de hoje já pode ser tao bom,desde que nós queiramos,que ao finalizar o dia possamos deitar tranquilos,na esperança de outro dia depois melhor ou igual.

FORÇA PRINCESA,ACREDITO QUE O JUIZ,PERCEBEU MUITO BEM AS COISAS E QUE DITE UM FINAL MUITO FELIZ PARA A MENINA,ESTOU A TORÇÊR POR ISSO.

Por Esmeralda disse...

Cara Amiga da Princesa e Mãe de um Filho Especial

Ser mãe de um filho especial é uma experiência de vida encantadora e demasiado rica para se poder explicar por palavras.

Os desafios são simples e as vitórias são do tamanho do mundo.

Um filho especial é também uma companhia para toda a vida.

A sua sensibilidade que se antevê no afecto com que se preocupa também pelo destino da Princesa é mais um elo nesta corrente pela sua felicidade.

Muito obrigado pelo seu testemunho.

Por Esmeralda